Reunião em Castro Verde para avaliar gestão de surto na comunidade cigana

A Câmara de Castro Verde e várias associações estiveram hoje reunidas para refletirem sobre a gestão do surto de Covid-19 na comunidade cigana, após alguns problemas ocorridos em relação ao confinamento profilático, segundo um comunicado conjunto.

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Lusa
27/01/2021 23:58 ‧ 27/01/2021 por Lusa

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Coronavírus

Em nota enviada à agência Lusa, assinada pela autarquia do distrito de Beja, Alto Comissariado para as Migrações, movimento SOS Racismo e pelas associações Letras Nómadas e Sílaba Dinâmica, lê-se que a reunião ocorreu "no sentido de refletirem sobre a gestão do surto de covid-19 na comunidade" cigana, tendo as partes demonstrado a sua preocupação com alguns problemas que ocorreram neste âmbito, mas, sobretudo, "consensualizado a necessidade de desenvolver e consolidar um trabalho de proximidade e articulação, com vista a uma maior inclusão da população portuguesa cigana residente na autarquia".

A nota conjunta refere que "na sequência de dois casos de covid-19 identificados na comunidade, a autoridade de saúde de Castro Verde determinou a testagem, no dia 23 de janeiro de 2021, das cerca de 50 pessoas residentes no bairro Rossio do Santo, tendo sido verificado que mais 15 moradores estavam infetados pelo novo coronavírus SARS-CoV-2".

"Neste seguimento, os serviços de ação social do município foram ativados para dar apoio às pessoas residentes no Rossio do Santo, através do programa 'Fique em Casa, Nós Vamos por Si', que assegura a entrega de bens alimentares, medicação e outros produtos essenciais às famílias que necessitem", refere o documento.

A Câmara Municipal de Castro Verde, de acordo com o comunicado, articulou também com a GNR no sentido de estabelecer um plano para assegurar a fiscalização do confinamento profilático estabelecido, como é procedimento habitual.

"Com este enquadramento, a Câmara Municipal de Castro Verde esclarece que não teve a intenção de promover qualquer tipo de estigmatização ou discriminação a qualquer grupo específico de residentes e reconhece que a comunicação utilizada não terá sido a mais adequada face à situação em concreto", indica o documento.

A autarquia garante também que a fiscalização efetuada pela GNR é a mesma realizada nos termos definidos para todas as pessoas sob dever de confinamento e apenas nesses termos.

"A Câmara Municipal de Castro Verde é sensível às preocupações transmitidas pelos representantes das associações presentes e já tomou as diligências necessárias para a sua mitigação", indicou a nota.

"No mesmo sentido, os dirigentes associativos presentes reconhecem a existência de um trabalho de proximidade da autarquia com os munícipes ciganos, que importa manter", segundo o comunicado.

A nota referiu que "todas as partes envolvidas na reunião expressaram a vontade de desenvolver e consolidar um trabalho de proximidade e articulação, com vista a uma maior inclusão da população portuguesa cigana no concelho de Castro Verde".

Na reunião realizada hoje estiveram o presentes o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito, e representantes das associações Letras Nómadas -- Associação de Investigação e Dinamização das Comunidades Ciganas, o Movimento SOS Racismo, a Sílaba Dinâmica -- Associação Intercultural e o Alto Comissariado para as Migrações.

 

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