Neste momento, Portugal já recebeu "377.770 doses da vacina da Pfizer", mais "19.500 que foram canalizadas para os Açores e Madeira" e ainda "8.400 da vacina da [vacina da] Moderna". Assim, até ao final do mês, "estarão vacinadas cerca de 74 mil pessoas, todas com a vacina da Pfizer" e "178.100 iniciaram a vacinação". Até ao momento, já "5.400 tomaram a vacina da Moderna".
Estes dados foram revelados esta quinta-feira, em conferência de imprensa, por Francisco Ramos, coordenador da task-force de vacinação contra a Covid-19, na altura em que se assinala um mês desde o início da vacinação no nosso país.
Numa atualização do plano de vacinação, o responsável afirmou ainda que os já inoculados são "profissionais de saúde do SNS, 57.500 com a vacinação completa e 16 mil iniciada". Também foram vacinados profissionais de saúde de hospitais privados e das misericórdias, "2.370 com vacinação iniciada e ainda nenhum completa".
Já quanto a pessoas com mais de 50 anos e comorbilidades, foram 12 mil pessoas "com a vacinação iniciada".
O coordenador do plano de vacinação referiu ainda existirem "556 notificações, de um total de 1.332 reações adversas, ou seja, pessoas que manifestam mais do que uma reação adversa" após a primeira dose.
Mas, esclareceu Francisco Ramos, "não houve, até hoje, nenhuma notificação de reações que não estivessem previstas no resumo de características do medicamento", especificando que o valor de "0,65% reações adversas por 100 mil vacinados é um valor que está em linha com os valores provisórios que conhecemos do resto da Europa".
"Execução da vacinação está a correr conforme previsto"
Quanto a este primeiro mês de campanha, o responsável advogou que "a execução da vacinação está a correr conforme previsto". Está "praticamente concluída a vacinação nos lares e unidades de cuidados continuados", apontou, destacando que se trata, "provavelmente, dos grupos de maior risco da população", assim como "a proteção fundamentalmente dos profissionais de saúde".
Este é plano que está "sempre em possível atualização", pela "dinâmica da própria aprovação das vacinas". A vacina da Pfizer foi autorizada a 21 de dezembro, "uma alteração das cinco para as seis doses a 8 de janeiro" e já a usamos em Portugal desde 27 de dezembro, recordou o coordenador. Já no caso do fármaco da Moderna, este foi autorizado a 6 de janeiro e "em utilização desde o dia 14 de janeiro".
A "interrogação" é a vacina da AstraZeneca: "A esperança e a expectativa é que possa ser aprovada amanhã pela Agência Europeia". Já a vacina da Johnson&Johnson "está prevista para o primeiro trimestre, [mas] ainda sem data marcada" e "o processo ainda não foi iniciado" no que à vacina da Curevac diz respeito. É também "conhecido que a vacina da Sanofi está atrasada e, muito provavelmente, não estará disponível neste ano de 2021", sublinhou ainda.
Está prevista a entrega de 1,5 milhões de vacinas da Pfizer e da Moderna durante o primeiro trimestre e perto de cinco milhões de doses no segundo trimestre.
Portugal "já tem contratado quase 30 milhões de doses de vacina"
Para além dos contratos iniciais, "tem havido adicionais", no caso da Pfizer e da Moderna, sendo que o nosso país tem "já tem contratado quase 30 milhões de doses de vacina".
Uma das alterações ao plano, "talvez a mais importante", destacou Francisco Ramos, está relacionada com "a mudança de critério para definição de grupos prioritários".
Neste tempo de pandemia, percebeu-se que "era também importante incluir o grupo dos mais idosos a partir dos 80 anos" na primeira fase. "O que fica integrado no plano é manter o grupo dos 50 aos 79 anos com comorbilidades, mas incluir nesta fase um todas as pessoas com mais de 80 anos independentemente" de comorbilidades.
O "desafio a nível europeu" é, até "ao final de março", conseguirmos "vacinar 80% das pessoas com mais de 80 anos e os profissionais de saúde". Pressupondo que a vacina da AstraZeneca é aprovada, "são 2 milhões e 214 mil doses a receber até ao final de março". O coordenador da task force referiu ainda que, "para atingir o objetivo, vamos precisar de 1 milhão e 642 mil doses para vacinar por completo 800 mil pessoas e 520 mil para iniciar a vacinação em 520 mil pessoas".
"É possível atingir este objetivo com as doses que temos contratadas com a Pfizer e a Moderna e na expectativa que a vacina da AstraZeneca seja aprovada, como esperamos", acrescentou.
Órgãos de soberania? Expetativa é vacinar "mil pessoas" até março
Esta atualização traz também uma "clarificação" sobre as entidades e serviços essenciais, com destaque para os órgãos de soberania. Esta é uma questão que "sempre existiu" e agora foi feito o "desenvolvimento" deste grupo: "Estamos a falar de decisores e cargos indispensáveis para a nossa vida comum em sociedade. Estamos a falar titulares de órgãos de soberania e de altos quadros com funções no quadro do Estado de Emergência e os altos dirigentes da Procuradoria Geral da República". A expetativa é vacinar "mil pessoas" até março.
Deste modo, no final do trimestre, é esperado ter "cerca de 100 mil profissionais de saúde vacinados - 90 mil já terminados -, 50 mil profissionais de saúde do setor privado e social, dos quais 30 mil com a vacinação completa". Do grupo das Forças Armadas e bombeiros a expectativa é de ter "41 mil pessoas vacinadas e 21 mil completo", assim como "todos os residentes em lares e internados em Cuidados Continuados, bem como os respetivos profissionais".
Para os grupos de mais 50 anos e comorbilidades estima-se em "cerca de 600 mil pessoas, 50% com a vacinação completa" até março. Com mais de 80 "estima-se em cerca de 340 mil pessoas também com a vacinação iniciada". Assim, são "810 mil pessoas com a vacinação completa e 520 mil com a vacinação iniciada", ou seja, a primeira toma administrada.
Pontos de vacinação em "cada um dos agrupamentos"
A partir de fevereiro, as pessoas começarão a deslocar-se aos "centros de vacinação" para serem inoculados". A abertura destes começa a ocorrer em no próximo mês, garantiu Francisco Ramos.
"O objetivo é que até ao final de fevereiro haja, pelo menos, um ponto de vacinação em cada um dos agrupamentos de centro de saúde" e "até ao início de março haja pelo menos um em cada concelho do continente".
A identificação de pessoas da fase um entra na "nova fase". "O que se segue é começar a convidar as pessoas a terem uma data para serem vacinadas", convidando-as para um local e hora específica.
Já para os utentes que não usam os centros de saúde, "desenvolveu-se uma declaração eletrónica, passada preferencialmente pelo seu médico assistente, a atestar que as pessoas têm essas patologias e que funciona como uma receita médica".
[Notícia atualizada às 13h27]
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