Portugal é um dos cinco países mais afetados pela pandemia de Covid-19 cujos cidadãos vão ficar, a partir de sábado, proibidos de entrar na Alemanha, indicou esta sexta-feira o Governo alemão.
Reagindo no Twitter, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz lamentar "a decisão da Alemanha de interditar a entrada de portugueses em viagens não essenciais".
"Além do mais", acrescentou a tutela, "é uma decisão inútil, face ao auto-confinamento que Portugal já tinha decidido, com sentido de responsabilidade".
Lamentamos a decisão da Alemanha de interditar a entrada de Portugueses em viagens não essenciais. Além do mais, é uma decisão inútil, face ao autoconfinamento que Portugal já tinha decidido, com sentido de responsabilidade.
— N Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) January 29, 2021
A decisão alemã, que numa primeira fase vigorará até 17 de fevereiro, obriga ao encerramento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas a viajantes oriundos de Portugal, Reino unido, Irlanda, Brasil e África do Sul, cinco países fortemente assolados pela pandemia do novo coronavírus.
A medida foi tomada, segundo Berlim, para "proteger a população" e "limitar a propagação das novas estirpes" da covid-19, lê-se num documento do Ministério da Saúde alemão.
As restrições incluem, porém, várias exceções, nomeadamente para os alemães que vivam nos países a que diz respeito a nova decisão e para os residentes portugueses, britânicos, irlandeses, brasileiros e sul-africanos que morem na Alemanha, bem como os passageiros em trânsito ou ainda a circulação de mercadorias.
Entre as exceções figuram ainda os transportes por razões de saúde.
Quinta-feira, o Governo de Portugal proibiu a saída de portugueses do país, ficando interditadas deslocações para fora do território continental, efetuadas por qualquer via, designadamente rodoviária, ferroviária, aérea, fluvial ou marítima.
O decreto nesse sentido foi publicado já hoje no Diário da República que regulamenta o estado de emergência em Portugal.
Em Berlim, o governo alemão indicou que impôs a proibição por sua própria iniciativa, independentemente da dos seus parceiros da União Europeia (UE), que ainda não chegaram a acordo sobre uma abordagem uniforme sobre a questão.
Também quinta-feira, o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, indicou ser intenção de Berlim reduzir "ao mínimo" o tráfego aéreo internacional com destino à Alemanha face ao avanço da pandemia do novo coronavírus, tal como fez Israel.
Há vários meses que a entrada na Alemanha se tornou cada vez mais complicada para cerca de 160 países do mundo, em particular com a obrigação de apresentar um teste negativo feito menos de 48 horas antes ou logo após a chegada, seguido por "uma quarentena dissuasiva de 10 dias".
No entanto, na maioria dos casos poderá ser encurtado para cinco dias após um segundo teste negativo.
Para os países mais afetados pela pandemia, especialmente aqueles onde as diferentes variantes do novo coronavírus estão em circulação, as pessoas foram obrigadas a apresentar um teste negativo antes de entrar na Alemanha, causando, por exemplo, grandes engarrafamentos no início da semana junto à fronteira alemã com a República Checa.
No total da Alemanha, registam-se 2.192.850 casos de SARS CoV-2 desde o início da pandemia e 55.752 óbitos.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.191.865 mortos resultantes de mais de 101 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 11.886 pessoas dos 698.583 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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