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"É o caos. Um caos autêntico. Não temos lugar onde meter tantos mortos"

Diretor de uma agência funerária de Lisboa faz, à AFP, um retrato da realidade que se passa nestes locais devido ao elevado número de óbitos. "A Covid-19, isto mata, de verdade. Já perdi a minha tia, o meu primo, o meu pai e o meu avô".

"É o caos. Um caos autêntico. Não temos lugar onde meter tantos mortos"
Notícias ao Minuto

13:51 - 04/02/21 por Notícias ao Minuto

País Covid-19

"Perante um número explosivo de mortes ligadas à epidemia de Covid-19 durante uma terceira onda em Portugal", a Agência France-Presse (AFP) fez uma reportagem numa casa funerária em Lisboa. Demonstrando uma realidade chocante e (ainda) um pouco desconhecida, é descrito que "os empresários funerários do país estão à beira do colapso".

"Isto é o caos. Um caos autêntico. Há tantos mortos, não é? Não temos lugar onde meter tantos mortos. As pessoas também não estão a ter o devido cuidado. A Covid-19, isto mata de verdade", começa por referir Artur Palma, diretor da agência funerária, revelando: "Já perdi a minha tia, o meu primo, o meu pai e o meu avô".

Nas imagens, é possível ver a forma como os trabalhadores funerários tiveram de adaptar a sua profissão perante o risco de lidar com corpos de pessoas que perderam a vida devido ao novo coronavírus. A AFP destaca ainda que, só em janeiro, mais de 5.500 pessoas morreram devido à Covid-19 neste "pequeno país".

Artur Palma ainda explicou à agência que "isto tem cada vez vindo a aumentar mais". "É uma carga muito grande a todos os níveis: físico, psicológico. A gente dorme poucas horas, quando dorme. (...) Temos a felicidade de ter aqui uma arca, mas estamos a chegar ao nosso limite também. E não podemos levar os corpos para os hospitais porque eles não têm onde os meter".

Veja, em baixo, a reportagem da AFP.

Portugal registou mais 240 mortes (um aumento de 1,84%) e 9.083 novos casos (uma variação de 1,24%) da Covid-19. Os dados constam do mais recente boletim epidemiológico revelado esta quarta-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS). No total, desde o início da pandemia, o nosso país contabilizou 13.257 óbitos e 740.944 infeções.

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