Ministra critica "manto de suspeição" sobre vacinas e apela a "lucidez"

Para Marta Temido, é necessário e importante distinguir se os casos de vacinação não prioritária se tratam de erros ou de situações em que as pessoas foram vacinadas "porque os prioritários não podiam naquela circunstância". 

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© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images

Filipa Matias Pereira
04/02/2021 18:51 ‧ 04/02/2021 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

À margem da inauguração do Bloco Operatório e do Setor de Virologia do IPO de Coimbra, a ministra da Saúde apelou à "lucidez" na análise dos casos de vacinação não prioritária que têm vindo a público. No entendimento da governante, torna-se imperioso distinguir "erros, de situações desviantes, de situações em que foram vacinadas pessoas porque os prioritários não podiam naquela circunstância".

Marta Temido assumiu que "as responsabilidades pelo combate à pandemia cabem ao Ministério da Saúde", mas cabe igualmente à tutela "sublinhar as situações condenáveis, de abuso," e distingui-las de "outro tipo de situações, que é o aproveitamento de vacinas".

As situações de abuso, vincou a governante, "têm de ter enquadramento específico" e o Governo não prescindirá de "lutar para que ele seja aplicado".

Questionada sobre o facto de a ministra e o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo poderem ter opiniões distintas quanto à forma como a implementação do plano de vacinação contra a Covid-19 está a correr, Marta Temido apelou a que não se "encontre divergências onde elas não existem. Estamos exatamente de acordo", garantiu.

A ministra reconheceu que é necessária uma "revisão de regras" e esse trabalho está a ser feito, de forma a que estas sejam "mais pormenorizadas" e haja "menos aleatoriedade. Estamos a trabalhar com o coordenador da Task Force para fazer isso".

Face a este cenário, e às perguntas dos jornalistas sobre os mais diversos casos de vacinação indevida, Marta Temido criticou o "manto de suspeição sobre os que procuram fazer o seu melhor", sublinhando "que osprofissionais de saúde que responderam aos portugueses na primeira vaga são os que estão a implementar o plano de vacinação".

Sobre o combate ao cancro, a ministra destacou que estes "têm sido tempos difíceis, mas têm também sido tempos em que temos continuado a trabalhar para entregar melhores resultados e melhor saúde".

Neste sentido, a "Comissão aprovou um plano europeu para o combate à doença oncológica e esse plano faz uma nova focalização para o futuro das prioridades, como o combate ao cancro, e são as prioridades do nosso país, que assume a presidência do Conselho da União Europeia".

Leia Também: "Não podemos, a partir de um fruto podre, diminuir operação de sucesso"

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