O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) publicou, esta quinta-feira, uma nota onde considera que "nas listagens de doentes de risco a vacinar na primeira fase faltam milhares de pessoas". No mesmo comunicado, referiu ainda que "a manter-se o ritmo de vacinação atual", são "necessários mais de nove meses só para vacinar as pessoas da primeira fase".
"Na semana passada foram enviadas às unidades funcionais dos Cuidados de Saúde Primários as listagens de doentes de risco a vacinar, com indicação para ''validação' das listagens de milhares de pessoas num prazo inferior a 24 horas", começa por afirmar, acrescentando que, no entanto, "nessas listagens enviadas aos Médicos de Família faltam milhares de doentes de risco que cumprem os critérios para vacinação na primeira fase."
E o SIM reitera: "Os diagnósticos estão feitos e registados corretamente pelos Médicos de Família nos respetivos processos clínicos dos doentes. No entanto, os doentes não surgem nas listagens de doentes com essas patologias."
Alertando para o que garante ser "um grave problema", o Sindicato diz esperar que "responsáveis pela implementação do Plano de Vacinação aos mais diversos níveis, nomeadamente os responsáveis pela extração das listagens, assumam as suas responsabilidades e corrijam os erros cometidos." "Que não se espere que os Médicos de Família assumam uma responsabilidade que não têm neste processo".
No ritmo atual são necessários mais de 9 meses para a 1.ª fase
Neste seguimento, o SIM aponta ainda que "a manter-se o ritmo de vacinação atual", são "necessários mais de 9 meses só para vacinar as pessoas da primeira fase".
"Segundo estimativas do plano de vacinação, na primeira fase estão incluídas mais de 1 milhão e 600 mil pessoas, o que poderá significar a administração de mais de 3 milhões e 200 mil vacinas", explica. Contudo, sublinha que a realidade é diferente do pretendido: "Durante o primeiro mês do programa de vacinação foram administradas apenas 331 mil vacinas".
Na mesma nota, o Sindicato "apela à criação de centros de vacinação contra a Covid-19", defendendo que estes "deverão ter um quadro próprio que não exija a mobilização de recursos humanos do sobrecarregadíssimo SNS".
Por fim, é ainda considerado que "os números [da vacinação] não batem certo", uma vez que o balanço do primeiro mês indica "um total de 331 mil vacinas (178 mil + 5 mil com uma toma e 74 mil com duas tomas)", mas "na tabela de farmacovigilância são referidos apenas 203 mil vacinados".
"Exige-se transparência e seriedade na divulgação do número de vacinas administradas com discriminação por local", termina.
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