A ministra da Saúde, Marta Temido, fez esta segunda-feira um ponto da situação sobre o plano de vacinação contra a Covid-19, na sequência da reunião desta manhã com a task-force presidida pelo primeiro-ministro.
Marta Temido começou por recordar que até ao final da semana passada foram recebidas 493.050 doses de vacinas em Portugal. Desse total, 450.150 foram entregues no continente, detalhou.
A ministra lembrou ainda que foram recebidas este fim de semana a primeira entrega da AstraZeneca (43.200 doses), tendo Portugal assumido também que, face a alguma incerteza relativamente à eficácia em grupos acima dos 65 anos, se vai privilegiar a sua administração nos grupos etários abaixo dessa idade. "Não está em causa qualquer questão relativa à segurança e à qualidade desta vacina", garantiu.
"Hoje foi recebida uma nova entrega de vacina da BioNtech/Pfizer, numa quantidade de 87.750 doses", anunciou Marta Temido, estando ainda prevista para esta semana uma entrega da vacina Moderna de 22.800 doses.
De acordo com as entregas confirmadas até à data, para o primeiro trimestre, está em causa cerca de 1.9 milhões doses de vacinas. "Há ainda quantidades que estavam contratadas cuja a entrega está por confirmar, o que se espera que aconteça", afirmou a ministra.
Sobre vacinações já realizadas, Marta Temido adiantou que, até às 13 horas de hoje, foram administradas 397.404 vacinas", sendo que quase 105 mil se referem já a segundas doses.
"Estas administrações de vacina abrangeram residentes e profissionais de estruturas residenciais para idosos, lares, unidades de cuidados continuados e estruturas equiparadas", assinalou, referindo-se também a um número "significativo" de profissionais de saúde vacinados, assim como algumas pessoas com mais de 80 anos ou com mais de 50 anos e com uma das quatro comorbilidades identificadas como prioritárias.
Para esta semana que agora arranca, disse a governante, está prevista a administração de 120 mil inoculações, prevendo o plano a continuação da vacinações em estruturas residenciais para idosos (onde serão administradas segundas doses e algumas primeiras doses onde havia surtos), a profissionais de saúde, assim como pessoas com mais de 80 anos ou mais de 50 anos com comorbilidades associadas.
"Nestes casos, como já foi referido, aquilo que for a gestão das vacinas implicará que se preservem as vacinas da AstraZeneca para pessoas com menos de 65 anos", disse Marta Temido, acrescentando que não há nenhum risco - "que se saiba" - à toma de uma vacina de uma pessoa com idade superior a esta, estando apenas em causa que a informação sobre a sua eficácia "ainda não é totalmente conclusiva".
A vacinação de profissionais de serviços não essenciais vai começar a ser feita esta semana, revelou também a ministra, referindo-se a cerca de 19 mil inoculações.
Sobre os agendamentos e convocatórias para a vacinação, Marta Temido disse que os serviços identificaram até à data cerca de 957 mil pessoas no grupo mais de 50 anos e uma de quatro comorbilidades e no grupo de mais de 80 anos.
"As listagens de utentes foram comunicadas às unidades de saúde primários, e estas começaram já, na semana passada, a agendar e a convocar as pessoas para vacinação".
Se numa fase inicial foram 40 as unidades a iniciar este processo, esta semana juntam-se mais 59. Marta Temido referiu que neste momento "já todo o país tem unidades a agendar e a convocar pessoas".
Recorde aqui a conferência:
Em direto: Declarações após Reunião sobre o Plano de Vacinação no combate à Covid19 https://t.co/mBYeHmbyGQ
— República Portuguesa (@govpt) February 8, 2021
Portugal recebeu este domingo um lote de 43.200 vacinas da AstraZeneca, o primeiro deste laboratório, informou à Lusa a 'task force' para o plano nacional de vacinação.
Esta é a terceira vacina contra o novo coronavírus a chegar ao país, depois da Pfizer e da Moderna.
A entrega do primeiro lote da AstraZeneca a Portugal acontece no mesmo dia em que foi revelado que esta vacina oferece proteção limitada contra a variante detetada na África do Sul, segundo resultados preliminares de um estudo que será publicado na segunda-feira.
A pesquisa realizada por especialistas das universidades de Oxford e da sul-africana de Witwatersrand - cujas descobertas foram avançadas, no sábado, pelo jornal britânico Financial Times - mostrou que a vacina tem uma eficácia limitada contra essa mutação.
A entrega surge também num momento em que vários países, incluindo Portugal, estão a desaconselhar a administração desta vacina a pessoas com mais de 65 anos.
O plano nacional de vacinação contra a Covid-19 arrancou em 27 dezembro com a administração das vacinas aos profissionais de saúde dos hospitais diretamente envolvidos na prestação de cuidados aos doentes.
Na terça-feira, arrancou a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas.
A campanha de vacinação foi planeada de acordo com a disponibilidade das vacinas contratadas para Portugal, que estão a ser administradas faseadamente a grupos prioritários, até que toda a população elegível esteja vacinada.
A fase 1 abrange os profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes, funcionários e utentes de lares de idosos e da rede nacional de cuidados continuados integrados, assim como elementos das forças armadas, das forças de segurança, de serviços críticos e titulares de órgãos de soberania e altas entidades públicas.
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