O STOP convocou uma greve, que começa hoje e termina na sexta-feira, cujo principal objetivo é pressionar o Governo a melhorar as condições dos profissionais de educação e dos alunos, contou à Lusa o coordenador nacional do sindicato, André Pestana.
André Pestana admitiu não conseguir fazer um balanço do primeiro dia de greve, sublinhando que o objetivo "não era parar o ensino à distância", mas dar apoio a quem temesse regressar hoje às escolas.
"Quisemos salvaguardar que os profissionais de educação têm uma ferramenta legal que lhes permite não ir trabalhar, caso sejam chamados para as escolas e considerem que estão em causa a sua saúde assim como a dos seus familiares", explicou em declarações à Lusa.
Segundo o sindicalista, entre as cerca de 700 escolas de acolhimento que estão a receber estudantes há estabelecimentos de ensino sem condições para que professores e restantes funcionários possam estar com os alunos em segurança.
"Faltam 'kits' de proteção individual e faltam acrílicos para separar os professores dos alunos, numa altura em que surgem novas variantes do vírus que são muito mais contagiosas", exemplificou André Pestana, lembrando que os docentes são uma classe envelhecida, assim como os restantes funcionários.
Com a marcação da greve, "os profissionais podem exercer o seu direito recorrendo a esta ferramenta legal", disse.
O protesto tem também como objetivo exigir a correção de problemas identificados no ensino à distância: Há professores e alunos que continuam sem meios informáticos ou acesso à Internet.
Há também a situação dos professores com filhos menores, que estão em casa a tentar dar aulas síncronas enquanto tomam conta das crianças.
O STOP, à semelhança de outros sindicatos, pede também que os profissionais de educação sejam considerados grupos prioritários na vacinação contra a covid-19.
"Diz-se que as escolas desempenham um papel essencial, mas os profissionais da educação não estão nos setores prioritários de vacinação. Quando interessa ao Governo, somos considerados essenciais, mas depois não garante a vacinação ", criticou.
Hoje, cerca de 1,2 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano voltaram a ter aulas à distância, à semelhança do que aconteceu no passado ano letivo.
As escolas encerraram as portas há cerca de duas semanas e as crianças e jovens, desde creches ao ensino superior, ficaram em casa, numa pausa letiva que terminou na sexta-feira.