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UE/Presidência: Portugal acusado de gastar milhares em fatos e bebidas

O reconhecido jornal Politico refere que a presidência portuguesa da União Europeia celebrou contratos "de centenas de milhares de euros para adquirir equipamentos, bebidas e até roupa para eventos que provavelmente nunca ocorrerão de forma presencial".

UE/Presidência: Portugal acusado de gastar milhares em fatos e bebidas
Notícias ao Minuto

16:10 - 04/03/21 por Notícias ao Minuto

País UE/Presidência

O conceituado jornal norte-americano Politico divulgou, esta quinta-feira, uma reportagem na qual revela que Portugal já gastou centenas de milhares de euros desde que assumiu a presidência da União Europeia (UE).

O artigo começa por denotar que a Covid-19 transformou o mandato de Portugal numa "presidência fantasma", sem a capacidade de realizar "cimeiras que chamem a atenção". Ainda assim, prossegue, a presente conjuntura não impediu Lisboa de gastar "como se fossem esperados eventos presenciais", durante os seis meses de liderança.

De acordo com o jornal, desde de janeiro, Portugal celebrou contratos "de centenas de milhares de euros para adquirir equipamentos, bebidas e até roupa para eventos que provavelmente nunca ocorrerão de forma presencial".

No total, é assegurado que Portugal assinou contratos de: 260.591 euros para material para o centro de conferências de imprensa da capital, de 35.785 euros para bebidas e de 39.780 euros para a aquisição de camisas e fatos.

"A presidência parece estar menos relacionada com reuniões de trabalho e mais com a promoção de Portugal ao resto do mundo", comenta Susana Coroado, presidente da comissão para Transparência e Integridade, em declaração ao Politico.

Em resposta, a presidência portuguesa disse que estava "simplesmente a realizar diligências prévias", preparando-se assim para a realização de eventuais encontros presenciais que poderão vir a ocorrer nos próximos meses.

Não desconsiderando os constrangimentos provocados pela pandemia, Alexandra Carreira, porta-voz da presidência portuguesa, sublinhou que Portugal não pode "simplesmente não equacionar a possibilidade de ter de realizar reuniões presenciais num futuro próximo".

A responsável esclareceu ainda que as camisas e os fatos foram comprados para motoristas designados a transportar qualquer delegação oficial que visite Portugal, durante os seis meses de presidência. Contudo, a justificação não convenceu o Politico, que considerou "estranho" o porquê de ser requerido que os motoristas usem fatos, sendo que são funcionários públicos que já deveriam ter uniformes adequados para transportar os visitantes.

Na reportagem, é ainda explicado como funciona o mandato da presidência da UE e como pode representar um momento decisivo para Estados-membros "geralmente esquecidos" pelo união económica e política .

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