Na conferência 'online' "Liderança e Inovação no Feminino", organizada pela Direção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas, Rosa Monteiro afirmou que a igualdade deve estar no "centro da recuperação nacional e europeia".
De acordo com dados do mais recente estudo do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, as mulheres estão fortemente representadas nos setores na linha da frente no combate à pandemia, com riscos acrescidos para a saúde e intensificação da atividade, mas também nos setores económicos mais afetados pela perda de emprego e redução de horas trabalhadas.
Rosa Monteiro chamou ainda a atenção para a "persistente divisão desigual do trabalho de cuidado e doméstico", que se viu agravada com a crise e que aumentou as dificuldades de conciliação vida-trabalho, patente no facto de as mulheres representarem 81% das pessoas que usaram o apoio excecional à família, abdicando de um terço do seu salário.
"O impacto da pandemia da covid-19 não é neutro do ponto de vista do género, desde logo porque existiam à partida diferenças substanciais entre mulheres e homens na distribuição por setores e profissões, nas oportunidades de teletrabalho e no trabalho de cuidado não pago", sintetiza Rosa Monteiro.
A governante defendeu, então, que são necessárias medidas concretas e o envolvimento de todas as áreas governativas e serviços públicos para garantir que não se volta para trás nas conquistas já alcançadas pelas mulheres portuguesas.
A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade destacou, entre outros programas e medidas, a aposta em medidas transversais concretas do Plano de Resiliência e Recuperação em áreas chave como as do acesso a habitação pelas mulheres vítimas de violência doméstica, da expansão da rede de serviços de apoio à família e do reforço nas qualificações e competências das mulheres.
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