Os alunos do 1.º ciclo, assim como as crianças das creches do ensino pré-escolar, regressam no próximo dia 15 às escolas, anunciou hoje o primeiro-ministro, no final do Conselho de Ministros que esteve desde hoje de manhã reunido para aprovar o plano do Governo de desconfinamento do país, no âmbito da pandemia de covid-19.
"Estamos todos muito contentes. As escolas estão preparadas, e queremos tentar recuperar muito daquilo que se tem perdido", disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira.
Em reação ao calendário para o ensino do plano desconfinamento apresentado hoje pelo primeiro-ministro, Manuel Pereira recordou que há muito que toda a comunidade educativa deseja regressar ao regime presencial, e considerou que começar pelos mais novos é muito positivo.
Também Filinto Lima, presidente Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) elogiou essa decisão.
"Na minha opinião, [os mais novos] são aqueles que poderão pagar a maior fatura deste ensino a distância", disse.
Por outro lado, os dois representantes dos diretores asseguram que as escolas estão preparadas para reabrir, como estavam em setembro, no início do ano letivo.
Ainda assim, Filinto Lima disse que serão mais rigorosos no cumprimento das regras, referindo ainda que agora os alunos do 1.º ciclo também poderão usar máscara, se os pais o entenderem.
Esse é um apelo que Manuel Pereira fará aos encarregados de educação e Filinto Lima acrescenta outro: "Pedíamos aos pais que quando fossem à escola, deixassem os seus filhos e saíssem imediatamente. Era importante dessem esse exemplo e não ficassem muitas vezes fora da escola em ajuntamentos".
Depois dos mais novos, o calendário de reabertura das escolas do plano de desconfinamento prevê que os restantes alunos regressem após as férias da Páscoa.
Em 5 de abril voltam ao ensino presencial os cerca de 530 mil alunos do 2.º e 3.º ciclos, que voltam a ter também abertos os ATL´s.
Os alunos do ensino secundário e do ensino superior só voltam a ter aulas presenciais em 19 de abril, anunciou António Costa.
Este regresso gradual foi igualmente elogiado pelos diretores escolares, que já o previam, mas o presidente da ANDE admitiu que pode colocar um problema às escolas com professores que partilham ensino básico e ensino secundário.
"Pode ser uma grande complicação termos professores nas escolas a dar aulas presenciais e a terem, simultaneamente, de dar aulas à distância", explicou, apesar de acabar por ver o copo meio cheio, afirmando que "é uma situação que só terá de acontecer durante duas semanas".
Neste regresso, as escolas contarão com uma medida de segurança adicional, com a realização de rastreios laboratoriais para a SARS-Cov-2 previstas para o reinício das atividades presenciais.
No entanto, os presidentes das duas associações não têm ainda o calendário para esses rastreios, que já estão a decorrer nas escolas de referência para acolhimento, e Filinto Lima diz ainda que nem todos os profissionais terão realizado um teste à covid-19 até segunda-feira.
Os estabelecimentos de ensino estão encerrados desde o final de janeiro devido ao agravamento da situação epidemiológica em Portugal. Cerca de 1,2 milhões de alunos, do primeiro ciclo ao secundário, retomaram as aulas em 08 de fevereiro, mas à distância.
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