Em comunicado, a FAP afirma hoje que, após o anúncio do primeiro-ministro, António Costa, relativamente ao plano de desconfinamento, quer que o Ensino Superior "não fique esquecido no processo de testagem".
"No comunicado do primeiro-ministro feito ao país, a informação divulgada sobre a testagem massiva, que pretende prevenir focos e diminuir o risco de infeção no regresso ao ensino presencial, não incluiu os estudantes do ensino superior", refere.
Citada no comunicado, a presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, afirma que no desconfinamento é importante "não esquecer o contexto específico das instituições, que irão receber estudantes deslocados, vindos de diferentes zonas do país".
Quanto à retoma parcial da atividade presencial no ensino superior, prevista para 19 de abril, a FAP considera que "a capacidade de antecipação do regime misto é essencial para reduzir o clima de instabilidade que se vive no seio da comunidade académica".
"O principal objetivo é continuar a salvaguardar a saúde dos estudantes, sem prejudicar ainda mais o percurso académico", salienta a federação.
Nesta matéria, Ana Gabriela Cabilhas defende que no ensino misto se devem priorizar "as atividades letivas cuja parte presencial é considerada essencial", nomeadamente, atividades clínicas, estágios, aulas práticas e laboratoriais.
O primeiro-ministro, António Costa, sublinhou hoje que o programa de testagem nas escolas acompanhará a reabertura dos diferentes níveis de ensino, de forma a detetar eventuais casos de covid-19 "no momento".
As crianças das creches assim como os alunos do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo regressam no próximo dia 15 às escolas, e o programa de rastreios laboratoriais para a SARS-Cov-2 prevê a realização de testes no reinício das atividades presenciais.
O reinício das atividades escolares presenciais, suspensas desde o final de janeiro, vai implicar a realização de um teste rápido de antigénio em amostras do trato respiratório superior (exsudado da oro/nasofaringe) a docentes e não docentes de todos os níveis de ensino - desde creches ao ensino secundário - assim como aos alunos do ensino secundário.
De acordo com o "Programa de Rastreios laboratoriais para a SARS-CoV-2 nas creches e estabelecimentos de educação e ensino" divulgado na segunda-feira, Depois do primeiro teste, será "adotada uma estratégia de rastreios periódicos, nos concelhos com uma incidência cumulativa a 14 dias superior a 120/100.000 habitantes" através de testes rápidos de antigénio.
Os estabelecimentos de ensino estão encerrados desde o final de janeiro devido ao agravamento da situação epidemiológica em Portugal. Cerca de 1,2 milhões de alunos, do primeiro ciclo ao secundário, retomaram as aulas em 08 de fevereiro, mas à distância.
As crianças da creche ao 1.º ciclo regressam à escola na segunda-feira, no mesmo dia em que reabrem também as Atividades de Tempos Livres (ATL) destinadas às crianças até ao 1.º ciclo.
Só depois das férias da Páscoa regressam os restantes alunos, segundo o plano de desconfinamento hoje apresentado pelo primeiro-ministro, que explicou que este será um processo feito a "conta-gotas".
Em 5 de abril voltam ao ensino presencial os cerca de 530 mil alunos do 2.º e 3.º ciclos, que voltam a ter também abertos os ATL´s.
Os alunos do ensino secundário e do ensino superior só voltam a ter aulas presenciais em 19 de abril, anunciou António Costa.
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