"Para atender à demanda [procura] de nacionais brasileiros impossibilitados de retornar ao país devido à suspensão temporária da rota aérea entre Brasil e Portugal, foi autorizada a realização de mais três voos comerciais extraordinários entre Lisboa e Guarulhos (São Paulo), a serem operados pela empresa aérea Latam, nos dias 23, 25 e 27 de março de 2021", indicou o Ministério das Relações Exteriores brasileiro em comunicado.
O executivo brasileiro frisou que, tal como nos voos anteriores realizados pela companhia aérea portuguesa TAP, as viagens operadas pela Latam "têm caráter privado".
Os interessados em realizar o voo devem contactar diretamente a companhia aérea brasileira para efetuarem a marcação ou o eventual reaproveitamento de bilhetes.
"Tendo em conta o estado de emergência e as restrições vigentes em Portugal, somente poderão ingressar no aeroporto os passageiros com bilhetes confirmados pela Latam", frisou o Governo.
O Ministério das Relações Exteriores, "por meio da Embaixada em Lisboa e dos Consulados-Gerais em Lisboa, Porto e Faro, seguirá prestando toda assistência cabível aos brasileiros", conclui o comunicado.
Até ao momento, o Brasil já efetuou três voos extraordinários (26 de fevereiro e 10 e 15 de março), todos operados pela TAP e que resultaram no repatriamento de 628 cidadãos brasileiros retidos em território português, segundo dados do próprio executivo.
Na última sexta-feira, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas disse à Lusa que as companhias aéreas brasileiras Latam e Azul estão autorizadas a organizar voos de repatriamento nas mesmas condições em que a TAP está a fazer.
"Sabemos que há brasileiros que estão retidos em Portugal e têm bilhetes de companhias aéreas brasileiras, nomeadamente da Azul e da Latam, e nós já sinalizámos às autoridades e às próprias companhias que podem organizar voos nas mesmas condições da TAP", afirmou Berta Nunes, em entrevista à Lusa.
"Da mesma forma que as autoridades brasileiras autorizaram a TAP a operar [para o Brasil] nós também o faremos em relação às companhias brasileiras que queiram realizar esses voos" entre os dois países, acrescentou a secretária de Estado.
Quanto às condições, "são as mesmas" que se aplicam para os voos da TAP, assegurou.
No entanto, Berta Nunes disse à Lusa que, até à última sexta-feira, o Governo português não tinha recebido "nenhum pedido de autorização" para operações de companhias aéreas brasileiras.
Em 27 de janeiro, o Governo português suspendeu os voos de e para o Brasil entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro, uma medida "de último recurso", que já foi prorrogada, e que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, admitiu ser necessária tendo em conta a "situação muito difícil" que se vivia em Portugal em relação à pandemia de covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.654.089 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.694 pessoas dos 814.513 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Já o Brasil, que totaliza 11.519.609 casos e 279.286 mortes devido à covid-19 e que enfrenta agora o momento mais crítico da pandemia, tem vários hospitais em colapso e novas estirpes do vírus em circulação, o que levou governadores e prefeitos a decretar medidas restritivas de isolamento social, ao contrário do que defende Bolsonaro.
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