Estudo é o "reconhecimento" de que hospitais do Norte estiveram à altura

O estudo que concluiu que os hospitais públicos do Norte foram os mais eficientes nos primeiros meses de combate à covid-19 significa "reconhecimento" e prova de que "fizeram um bom trabalho", considerou hoje o Hospital de São João.

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Lusa
16/03/2021 13:55 ‧ 16/03/2021 por Lusa

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CHUSJ

Um estudo da Coimbra Business School, abrangendo 37 unidades hospitalares, divulgado hoje pela Lusa, concluiu que "os hospitais do Grande Porto são os que apresentam maior capacidade de prestação de serviços e os que tiram melhor partido dos seus recursos".

Em declarações à agência Lusa, Sofia Leal, vogal do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, considera que este estudo prova que as unidades de saúde "estiveram no bom caminho" e que desenvolveram "um bom trabalho" durante o primeiro impacto da pandemia, acrescentando que naqueles meses "estiveram à altura" das respostas que a sociedade exigia.

"Em contexto de pandemia, reorganizamos processos, antecipamos problemáticas, as equipas desenvolveram processos assistenciais cada vez mais focados no doente, [e houve a] adequada utilização dos recursos, garantindo qualidade e segurança, dois aspetos relevantes que têm de estar a par da eficiência, que é isso que o estudo aborda. Obtiveram-se ganhos no desempenho global da instituição", destaca a vogal do CA do CHUSJ.

Sofia Leal assume que, "num contexto altamente exigente, é altamente gratificante" olhar para as conclusões do estudo, servindo de "motivação" para que os profissionais de saúde continuem a desenvolver um bom trabalho no combate à pandemia de covid-19.

"Todas as organizações [hospitais] tiveram um desempenho bastante positivo e uma resposta bastante capaz e adequada, e, portanto, à altura daquilo que era exigível. Independente da hierarquização que se tenha encontrado, não existe maior ou menor mérito nas diferentes organizações [hospitais]", sublinha a vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João.

O estudo da Coimbra Business School refere ainda que "a generalidade dos hospitais apresentou, em 2020, índices negativos de produtividade e de evolução tecnológica face a 2019, evidenciando o impacto maciço que a pandemia teve no seu desempenho".

A investigação avaliou o impacto da pandemia da covid-19 na eficiência de 37 hospitais EPE [entidade pública empresarial], entre janeiro de 2019 e novembro 2020, recorrendo aos dados disponibilizados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Carla Henriques e Maria do Castelo Gouveia, professoras na CBS e autoras da investigação, basearam-se no número de médicos, enfermeiros e pessoal operacional em cada unidade de saúde, no número de camas, consultas externas, altas e urgências para identificar os fatores que levaram à evolução dos níveis de eficiência de cada hospital.

Os dados apresentados no estudo demonstram que todos os hospitais do país tiveram um aumento de recursos - humanos e logísticos - mas que foram os do Norte os que melhor souberam aproveitá-los.

No estudo sobre a eficiência dos hospitais, o Algarve passou do segundo lugar, em 2019, para o primeiro lugar em 2020.

O Hospital de São João, no Porto, que se classificou em oitavo lugar em 2019, subiu para o segundo em 2020.

O terceiro posto do 'ranking' manteve-se no Centro Hospitalar e Universitário do Porto.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra caiu do primeiro lugar em 2019 para a quarta posição em 2020.

Já o Centro Hospitalar de Leiria passou do 18.º posto em 2019 para o quinto lugar em 2020.

O Centro Hospitalar de Lisboa Norte, onde se inclui o Hospital de Santa Maria, desceu da 9.ª posição em 2019 para a 28.ª em 2020, sendo o hospital que mais caiu no 'ranking'.

Os Centros Hospitalares de Lisboa Ocidental e de Lisboa Central (onde se insere o Hospital de São José) ocupam as últimas posições na tabela, em ambos os anos [2019 e 2020], precedidos pelo Garcia de Orta, em Almada, e pelo Centro Hospitalar de Setúbal.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.661.919 mortos no mundo, resultantes de mais de 122,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.694 pessoas dos 814.513 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Hospitais do Norte foram os mais eficientes na primeira fase da pandemia

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