Em entrevista à agência Lusa, o ministro da Administração Interna anunciou que esta reforma de "separar a natureza da PSP e da GNR" e de partilhar "tudo o que não é estritamente operacional" deve estar concluído até ao final da legislatura.
"Significa cada vez mais olhar para a Polícia de Segurança Pública como uma polícia urbana, uma polícia das cidades, e olhar para a Guarda Nacional Republicana como uma polícia da coesão territorial na sua dimensão terrestre como força que está presente às vezes até em localidades em que a presença do Estado é a Junta de Freguesia e a GNR", disse.
Eduardo Cabrita frisou que esta clarificação da "natureza urbana da PSP e da natureza de força de coesão territorial e de guarda costeira da GNR" terá "consequências muito significativas" nos modelos de recrutamento e de organização.
Sobre esta dimensão da GNR enquanto "força de guarda costeira", o governante avançou que está a concluir-se uma rede de radares que vai permitir reforçar a presença da Guarda Nacional Republicana na Madeira, seguindo-se depois um processo similar nos Açores.
O governante salientou também que avançar "com aquilo que é uma dimensão de profunda reforma na área da segurança significa pôr em comum aquilo que é partilhado".
"Vamos começar por coisas como pagar vencimentos, iremos a seguir para coisas que não têm nenhuma especialidade policial, como comprar combustíveis", precisou, dando conta que o objetivo "é por em comum os serviços" e "tudo o que é possível de partilhar entre as duas forças", nomeadamente tecnologias e áreas de suporte e de logística.
O ministro disse ainda que esta intervenção "está a ser feita discretamente porque envolve um trabalho imenso".
Leia Também: MAI avança com "recrutamentos adicionais" na PSP e GNR para compensar