Mafalda nasceu com apenas 1.5 kg e com Covid-19. Após 45 dias, teve alta

A luta da menina e da mãe deixou o pai emocionado, na sexta-feira, dia em que a família finalmente deixou o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

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© Facebook / CHULN

Natacha Nunes Costa
20/03/2021 23:17 ‧ 20/03/2021 por Natacha Nunes Costa

País

Covid-19

 

Em cerca de 40 partos de mães com Covid-19, Mafalda foi, até agora, a única bebé a nascer infetada com SARS-CoV-2 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Nasceu no dia 3 de fevereiro, com apenas 30 semanas de gestação e 1.5 kg. Mas, tal como a mãe, que chegou a estar internada na Unidade de Cuidados Intensivos da unidade hospitalar, Mafalda é uma lutadora e, esta sexta-feira, foi, finalmente, para casa, perto de Setúbal, após 45 dias ao cuidado das equipas da Neonatologia.

No Facebook, o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN), do qual o Santa Maria faz parte, conta, este sábado, a história "de humanismo e confiança" da família.

De acordo com a publicação, Mafalda é um caso "raro". Apesar de infetada e de ser prematura "esteve sempre bem, nunca teve sintomas da doença". Conta Graça Oliveira, especialista do Serviço de Neonatologia, que apenas "teve de ficar internada por ser prematura e não pelo SARS-CoV-2". Além disso, "foi sempre possível manter um elevado nível de humanização dos cuidados, na relação com os pais". O pai, por exemplo, "pôde sempre contactar com a filha, devidamente equipado".

Já a mãe, Rita Fidalgo, de 21 anos, alguns dias depois do parto, teve de ser internada noutra zona do hospital, nos Cuidados Intensivos Covid, e chegou a estar ligada a ECMO (oxigenação por membrana extracorporal, uma técnica de fim de linha). Quando já estava consciente, "a equipa de enfermagem tirava fotografias e fazia vídeos da bebé" para lhe mostrar a evolução da filha e para que esta pudesse matar saudades da menina.

Depois de ter deixado os Cuidados Intensivos, Rita conseguiu estar pela primeira vez com a filha, no final de fevereiro. "E nem o internamento a impediu de querer amamentar e de começar o processo, com o acompanhamento das profissionais", salienta o CHULN.

Apesar de ainda ter algumas sequelas da Covid-19 para tratar e de "o cansaço continuar a acompanhá-la, a voz e o olhar fortes de Rita são os de quem está determinada a deixar os efeitos da doença para trás", revela o centro hospitalar.

Já o pai, emocionado por ter conseguido levar a filha e a mulher para casa, contou aos profissionais de saúde, antes de sair pela porta do Hospital de Santa Maria, que "já está tudo pronto para receber" Mafalda em casa.

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