Quebrar o Silêncio promove sessões online sobre violência sexual
A associação "Quebrar o Silêncio", de apoio a homens vítimas de violência sexual, vai realizar uma série de sessões 'online' para esclarecer conceitos, combater a desinformação e ajudar a quebrar o silêncio das vítimas.
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País Violência sexual
A primeira sessão acontece no primeiro dia de abril e as restantes durante as quintas-feiras desse mês, sempre às 18:30, na plataforma zoom, para falar, esclarecer e desconstruir temas como "violência sexual", "consentimento", "responsabilização da vítima", "papel da comunicação social" e "prevenção da violência sexual contra crianças".
À agência Lusa, o presidente da "Quebrar o Silêncio" explicou que o objetivo desta série de cinco sessões é ajudar a esclarecer alguns conceitos básicos quando o tema da discussão é violência sexual, uma vez que considera haver muita desinformação e ruído, para depois se poder progredir na discussão destes temas.
"Nem sempre as pessoas sabem o que é a violência sexual, ou julgam que isso só acontece quando há violação e penetração. Desconhecem que há outras formas de violência sexual, também desconhecem em que circunstâncias o consentimento se aplica, desconhecem que as crianças não podem sequer consentir qualquer ato sexual com pessoas adultas", exemplificou Ângelo Fernandes.
Como consequência da falta de informação ou da desinformação, o responsável alerta que muitas vezes há um contexto que "é pouco recetivo" à partilha de uma história de violência sexual, o que faz com que muitas vítimas sintam que não só as pessoas não sabem o que é uma vítima de violência sexual como frequentemente acreditam que são corresponsáveis pelo abuso.
"O que faz com que as vítimas sintam que não podem falar, não podem procurar apoio e que devem continuar em silêncio", apontou o presidente da associação, acrescentando que outra das consequências é as vítimas não se identificarem enquanto tal.
Ângelo Fernandes sublinhou que se se perpetuar a ideia de que violência sexual só existe quando há um caso de violação, "então as outras vítimas podem sentir que não são vítimas e não procuram apoio porque o seu caso é outra coisa qualquer".
As sessões são abertas à participação de qualquer pessoa, apesar de requerer inscrição prévia, estando já inscritas mais de 530 pessoas.
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