A decisão instrutória da Operação Marquês vai ser lida a 9 de abril, avança a RTP3. Em julho do ano passado, o juiz Ivo Rosa declarou que não iria proferir "desde já a decisão", adiando para daí a quatro meses o encerramento da instrução devido à "densidade indiciária", e não só.
Na altura, no final do debate instrutório, o juiz leu um despacho a justificar a impossibilidade de proferir uma decisão instrutória em 10 dias ou marcar uma data para a proferir a decisão sobre quem vai a julgamento neste processo. "Por agora não iremos fixar uma data para a leitura da decisão instrutória, sendo que a mesma será anunciada em data oportuna", revelou o juiz, que deu conhecimento deste despacho ao Conselho Superior da Magistratura para efeitos de reapreciação da sua situação de exclusividade.
A Operação Marquês tem arguidos 19 pessoas e nove empresas e está relacionada com a prática de mais de 170 crimes de natureza económico-financeira. José Sócrates está acusado de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.
O Ministério Público sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no GES e na PT, bem como para garantir a concessão de financiamento da CGD ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e favorecer negócios do Grupo Lena.
Na Operação Marquês estão ainda acusados, o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, Armando Vara, antigo ministro e ex-administrador da CGD, Henrique Granadeiro (ex-gestor da PT), tal como Zeinal Bava, e José Paulo Pinto de Sousa (primo de Sócrates), entre outros.
O processo foi investigado durante mais de três anos, culminado com uma acusação com cerca de quatro mil páginas.
[Notícia atualizada às 18h14]
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