Portugal tem de "triplicar esforço" de vacinação. "É um bom problema"
António Costa marcou presença no Pavilhão Multiusos de Odivelas, onde decorre a vacinação de professores, para assinalar o início da inoculação destes profissionais.
© Reuters
País Covid-19
Em abril, Portugal vai receber 1 milhão e 800 mil vacinas contra a Covid-19, o equivalente ao que o país recebeu nos primeiros três meses do ano. Este volume de doses irá implicar um esforço adicional na vacinação. "Vamos ter de triplicar o esforço de administração de vacinas", revelou o primeiro-ministro, este sábado, ao acompanhar o arranque da vacinação dos professores e trabalhadores não-docentes do pré-escolar e 1.º ciclo, em Odivelas.
"Estamos neste fim de semana a fazer um exercício importante, [a administração] da primeira dose da vacina de grande parte de educadores de infância, de professores e de assistentes operacionais. Este exercício é não só importante para dar segurança a quem trabalha nas escolas, como para testar postos de vacinação rápidos", indicou António Costa, em declarações aos jornalistas, no Pavilhão Multiusos de Odivelas.
"Este teste é muito importante" porque, asseverou o governante, o processo de vacinação "nos centros de saúde vai ter de ser complementado com cerca de 150 postos desta natureza para vacinação rápida, para cumprir a nossa meta".
Acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, pelo responsável pela Task Force da vacinação, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, e pelo presidente da Câmara de Odivelas, Hugo Martins, o primeiro-ministro reforçou a necessidade de "testar" estes postos de vacinação agora porque a vacinação em abril será, "do ponto de vista logístico e de organização, muito exigente".
Considerou António Costa que "o processo de vacinação tem decorrido de forma tranquila, as dúvidas de natureza científica suscitadas têm sido esclarecidas pela Agência Europeia de Medicamentos. Está tudo esclarecido, não há dúvidas, a vacina da AstraZeneca é segura para todas as idades".
"O problema maior", vincou, "está a montante, que é a quantidade de vacinas que são produzidas. Estamos todos a fazer um esforço, à escala europeia, para aumentar essa capacidade de produção e, portanto, mantemos as metas".
O país prepara-se agora para aquela que é, para o Executivo, "a fase mais exigente, em que temos de nos preparar para aumentar a capacidade de administração de vacinas. É a fase boa do problema. É um bom problema: como gerir [num mês] o triplo de vacinas".
Saliente-se que nesta fase de vacinação, no total, estão incluídos cerca de 78.700 professores e funcionários do pré-escolar, primeiro ciclo e também da chamada 'Escola a Tempo Inteiro', que reabriram na semana passada, abrangendo os setores público e privado.
Na quarta-feira, os docentes e não-docentes começaram a receber a convocatória, através de SMS, para receberem a primeira dose da vacina AstraZeneca, e tiveram um dia para responder se pretendem ou não ser vacinados. Caso não o tenham feito ou recusem esta vacina, perdem a prioridade na vacinação.
De acordo com o planeamento da Task-Force, os profissionais dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário começam a ser vacinados no fim de semana de 10 e 11 de abril, podendo o processo ser prolongado por mais fins de semana caso haja necessidade.
No total, a Task Force prevê vacinar cerca de 280 mil professores e pessoal não docente desde creches até ao ensino secundário.
Em 10 de março, a Direção-Geral da Saúde incluiu nos grupos prioritários da fase 1 para a vacina contra a Covid-19 os professores e o pessoal não docente, do setor público e privado.
A vacinação dos profissionais do pré-escolar e 1.º ciclo deveria ter arrancado no passado fim de semana, mas a suspensão temporária da administração da vacina da AstraZeneca ditou o adiamento do processo.
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