Vacinação em lares e de idosos acima de 80 anos fechada até 11 de abril

O coordenador da task force para o Plano de Vacinação contra a Covid-19, que está hoje no Parlamento, disse que prevê que a vacinação dos grupos prioritários esteja "fechada a 100%" no próximo dia 11 de abril.

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© Leonardo Negrão | Global Imagens

Melissa Lopes
31/03/2021 11:30 ‧ 31/03/2021 por Melissa Lopes

País

Vacinação

Respondendo às questões do deputado Batista Leite, o vice-almirante Gouveia e Melo garantiu, esta quarta-feira, que 90% das vacinas têm sido destinadas a salvar vidas e 10% aplicadas no contexto da resiliência, mesmo com a introdução dos docentes e não docentes no plano. 

"O que eu tentei fazer enquanto coordenador foi garantir a coerência dessa estratégia através da percentagem de vacinas que alocava a salvar vidas versus a percentagem de vacinas que alocava à resiliência. Em termos genéricos, essa percentagem tem estado 90% a salvar vidas e 10% à resiliência", garantiu. 

Nesse sentido, o responsável argumentou que o facto de se ter incluído a comunidade educativa no conceito de resiliência não alterou a estratégia, uma vez que os cerca de 200 mil profissionais escolares vão ser vacinados praticamente na transição da primeira para a segunda fase, "quando o salvar vidas está praticamente resolvido a 100%".

Gouveia e Melo disse que se prevê "fechar a 100% vacinação nas Estruturas Residenciais para Idosos e dos mais de 80 anos e dos 50 aos 80 anos com comorbilidades tipo 1 até dia 11 de abril".

"Naturalmente, poderão ficar pequenas bolsas que não conseguimos contactar, mas a grande maioria desta comunidade estará fechada, em princípio, até ao dia 11 de abril, e é nesse fim de semana a seguir que se vai fazer o grande impulso no ensino, as tais 200 mil vacinas", apontou, referindo que este impulso também servirá para testar as metodologias de vacinar 100 mil pessoas diariamente. 

Sobre a panóplia de vacinas que "estejam ao nosso alcance", o vice-almirante Gouveia e Melo sublinhou que o temos neste momento são as vacinas aprovadas pela EMA [Agência Europeia do Medicamento], contratadas dentro de um plano "conduzido pelo Infarmed". "As outras vacinas que ainda não estão aprovadas não podem, como é evidente, ser contratadas pelo Infarmed", notou, lembrando que é esta entidade que conduz o plano de aquisições. 

Quanto a AstraZeneca, o responsável reforçou que a EMA "não mudou a sua posição" sobre o fármaco, seguindo o país as recomendações do regulador europeu. 

"Há um conjunto de movimentos à volta da AstraZeneca que não se conseguem perceber muitas se são só de ordem da preocupação clínica ou se são de outra ordem. O que decidimos foi seguir as recomendações estritas do regulador europeu, continuando a afirmar que as vantagens superam muito qualquer inconveniente que possa aparecer", respondeu. 

No final do verão país terá mais de 70% com primeira dose

Se as vacinas contratadas chegarem ao país, assegurou o responsável, "no final do verão teremos, certamente, mais de 70% da população com a primeira dose", dependendo depois o cálculo das segundas doses do fármaco em si (na AstraZeneca são 12 semanas, nas outras são quatro semanas). 

O vice-almirante esclareceu que os 150 centros de vacinação rápida deverão estar a operar no início de maio. "Vamos ter uma velocidade de vacinação na ordem dos 60 mil ainda no mês de abril, não temos vacinas suficientes para aumentar para além disso", afirmou, frisando que a transição no plano de vacinação "vai ser uma onda crescente até às 100 mil vacinas" diárias e com picos até às 150 mil por dia.

"Os profissionais que foram calculados - cerca de 2.500 enfermeiros, 400 médicos e 2.300 assistentes - vêm essencialmente do SNS mas também vão ser contratados necessariamente", disse, indicando que o plano está a ser elaborado e que está a ser negociado como é que se vão contratar esses profissionais.

A ideia, disse o vice-almirante, é usar até 20% dos enfermeiros que estão nos cuidados primários de saúde: 20% de 9 mil enfermeiros são 1.800. E depois acrescentar os que forem necessários para os postos de vacinação rápida. 

Task force defende vacinação por critério etário

Sublinhando que todos os grupos são importantes e que todos têm justificação de priorização, o responsável defendeu ainda que não podemos "ir de grupo em grupo profissional, porque se não vacinamos Portugal inteiro através de grupos profissionais". No seu entender, o critério etário devia ser aplicado na segunda fase do plano da vacinação. 

A partir da segunda fase, "o critério mais justo - na minha opinião, não sou eu que decido - é o critério etário", declarou, frisando a "correlação muito forte entre a maior parte das doenças com a idade". "Fazendo a vacinação por faixas etárias decrescentes também estamos a fazer o ataque a essas comorbilidades que estão na sociedade", reforçou, dando conta que tem transmitido esta posição à DGS. 

Leia Também: País "não estava preparado" para dar 20 milhões de vacinas em seis meses

 

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