Durante anos, o isolamento foi considerado uma desvantagem para a mais pequena ilha dos Açores, que fica a centenas de quilómetros do território continental. Contudo, durante a pandemia, este afastamento foi um trunfo e o número reduzido de habitantes, poucos mais de 400, um benefício.
Em um ano de pandemia, o Corvo registou apenas um caso positivo de Covid-19. Um turista que foi imediatamente isolado e que não contaminou ninguém.
Contudo, confrontado com este susto e perante uma ilha sem capacidade de resposta a uma doença como esta - sem hospital, com apenas um centro de saúde, um médico, um enfermeiro e um ventilador – e com uma população essencialmente idosa, o Governo dos Açores decidiu vacinar todos os habitantes do Corvo, de uma assentada, tornando-o no primeiro território da Europa a ser considerado “zona livre da Covid” e com imunidade de grupo, e um dos poucos do mundo.
Em meados de março, quando a vacinação ficou completa, a ilha do Corvo foi notícia não só em Portugal, como em França e Espanha. Agora, a informação chegou ao Brasil, um dos países com mais infeções de SARS-CoV-2 e com mais mortes provocadas pelo novo coronavírus.
De acordo com a Globo, a ilha do Corvo e Timor-Leste são um “exemplo no combate à Covid-19”. “São dos poucos lugares do mundo que podem se considerar livres do coronavírus”, relembra a publicação brasileira.
Já sobre Timor-Leste, a Globo recorda que o país tem cerca de 1 milhão e 300 mil habitantes e que apenas registou 450 casos de coronavírus desde o início da pandemia e compara-o com Goiás, no Brasil, que tem o mesmo número de residentes mas já contabilizou 130 mil infetados.
Até ao momento, Timor-Leste não registou nem um óbito devido ao vírus que atingiu o mundo em 2020. As autoridades de saúde garante que o segredo do sucesso está relacionado com os esforços que os habitantes têm feito para respeitar as medidas sanitárias, como o distanciamento social.
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