"Hoje é um dia especial. É um dia em que reiniciamos o 3.º período e em que o 2.º e 3.º ciclos reiniciam as aulas presenciais", começou por referir Tiago Brandão Rodrigues no discurso durante a visita à Escola Básica Francisco Arruda, em Lisboa.
"Sabemos que hoje damos mais um passo neste andar por etapas que temos feito, é importante termos consciência real que cada etapa seguinte só pode ser conseguida verdadeiramente quando concluirmos cada uma das etapas até ao fim e com espírito ganhador", alertou o ministro da Educação, sublinhando o cumprimento das regras sanitárias nas escolas, desde os circuitos, a higienização das mãos e dos espaços e a utilização das máscaras.
A essas medidas junta-se agora a testagem dos professores e pessoal não docente que decorre esta semana em todo o país, referiu o governante. Uma testagem que, nos concelhos com mais de 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, será repetida na comunidade escolar do 1.º ciclo e jardins de infância.
"O que queremos é que entre todos possamos trabalhar para efetivamente dar cada um dos passos de forma firma e, acima de tudo, para no dia 19 podermos pensar em continuar com o nosso plano", afirmou o ministro, recordando que o desconfinamento do ensino fica concluído com a reabertura das escolas secundárias.
Tiago Brandão Rodrigues deixou também uma mensagem de agradecimento aos profissionais do ensino, pelo trabalho que têm desenvolvido no último ano, e sobretudo nos últimos meses, sublinhando também aquele que têm pela frente.
"Acima de tudo, o trabalho que farão neste 3.º período para que possamos efetivamente ter aprendizagens significativas para cumprirmos aquilo que querermos: que pedagogicamente estas crianças possam dar o salto", explicou.
Na Francisco Arruda, o primeiro dia do 3.º período foi marcado pela visita do ministro da Educação e do Presidente da República, que durante quase duas horas percorreram os corredores daquela escola e conheceram algumas das 24 turmas que regressaram hoje ao presencial.
A alegria das crianças por estarem de volta misturava-se com o entusiasmo por receberem o ministro e o chefe de Estado, que aproveitou a visita para matar as saudades das aulas e vestir o papel de professor por breves momentos em cada sala em que entrava.
O regresso dos 2.º e 3.º ciclos ao ensino presencial é uma das medidas da segunda fase do processo de desconfinamento do Governo, e vai ser acompanhado por mais uma ronda de campanha de rastreio nas escolas.
Ao longo da semana, serão testados à covid-19 todos os cerca de 150 mil professores e funcionários dessas escolas que voltaram hoje a abrir portas, do setor público e privado.
Na Escola Básica Francisco Arruda, enquanto o ministro da Educação e o Presidente da República viam como estava a correr o primeiro dia, decorria na sala polivalente a testagem dos mais de 60 docentes e não-docentes daquele estabelecimento de ensino.
Os profissionais do pré-escolar e 1.º ciclo que já realizaram um primeiro teste de diagnóstico há duas semanas também vão voltar a ser testados durante esta semana, mas apenas nos concelhos com um nível de incidência de casos positivos acima de 120/100 mil habitantes.
Os estabelecimentos de ensino encerraram em 22 de janeiro, na sequência do agravamento da situação epidemiológica em Portugal, e as crianças só no dia 15 de março puderam começar a voltar à escola.
Primeiro, reabriram os estabelecimentos do pré-escolar e do 1.º ciclo e hoje foi a vez dos 2.º e 3.º ciclos. O plano de desconfinamento do Governo prevê o regresso dos alunos do secundário no dia 19 de abril.
"Um virar de página sem recuo"?
Ao lado de Brandão Rodrigues nesta visita, o Presidente da República sublinhou que este dia é "histórico" e que se pretende que o regresso ao ensino presencial seja um "virar de página sem recuo".
"É um virar de página que se espera sem recuo, o que é bom para todos: famílias, professores, todos os que trabalham na comunidade educativa. Mas é sobretudo bom para as crianças e jovens do nosso país. É completamente diferente o ensino à distância do ensino presencial", destacou Marcelo, apelando a todos os portugueses que se juntem no "esforço nacional" para que cheguemos a dia 19 de abril em condições de dar o terceiro passo no desconfinamento.
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