"Confesso que, neste ano e pouco de pandemia, ao contrário do que costumava acontecer, não recebi na sede nacional uma única exposição, no sentido de denúncia, de nenhum enfermeiro aqui da Madeira", disse, após uma reunião com o chefe do executivo regional, Miguel Albuquerque, no Funchal.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros afirmou não ter apresentado qualquer reivindicação ao presidente do Governo e destacou a eficácia do processo de vacinação em curso na região, que motivou a contratação de mais 77 profissionais, bem como o sistema de rastreio de covid-19 implementado no Aeroporto da Madeira.
"Aqui, neste momento, não há desemprego em enfermagem", disse, sublinhando que o executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP, estabeleceu contratos a termo incerto com os novos enfermeiros, ao contrário do que ocorre ao nível nacional, em que a contratação é feita por quatro meses.
"Contratar um enfermeiro por quatro meses, sistematicamente, à espera que a pandemia passe, parece que é descartável", alertou, reforçando: "Isso correu muito mal no continente, porque têm sido sucessivos quatro meses e ninguém sabe quando é que esta pandemia acaba".
Ana Rita Cavaco destacou, também, a equiparação de carreiras entre os enfermeiros dos lares de terceira idade e os do sistema de saúde na região autónoma.
"Saímos daqui muito felizes. Tomara nós que, no continente, isso acontecesse também", afirmou.
De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 260 mil habitantes, regista 342 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, num total 8.486 confirmados desde o início da pandemia, e 71 óbitos associados à doença.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.874.984 mortos no mundo, resultantes de mais de 132,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.890 pessoas dos 825.031 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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