"Foi dado conhecimento à entidade organizadora do Rali dos Açores de que não existem condições epidemiológicas para a realização do mesmo na data em que estava agendado", revelou o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Quatro dos seis concelhos da ilha de São Miguel (Vila Franca do Campo, Nordeste, Ribeira Grande e Lagoa) tiveram mais de 100 novos casos de infeção pelo novo coronavírus por 100 mil habitantes nos últimos sete dias, passando ao nível de alto risco de transmissão, a partir das 00:00 de sexta-feira.
Os restantes dois concelhos (Ponta Delgada e Povoação) ficarão igualmente sujeitos às medidas de alto risco, tendo em conta que mais de 50% dos concelhos da ilha estão em alto risco.
Além das medidas previstas neste nível de risco, como a proibição de circulação em determinadas horas, o encerramento de restaurantes e cafés e a determinação de ensino à distância, o executivo decidiu "dar orientações para inexistência de eventos que promovam ajuntamentos e aglomerados".
"É uma restrição que implica que no prazo aproximado de três semanas não deverão existir em São Miguel eventos de qualquer natureza que promovam ajuntamentos e aglomerados", salientou Clélio Meneses.
Foi ainda determinada "a inexistência de provas desportivas que impliquem deslocações interilhas de e para São Miguel".
Quanto ao Rali dos Açores, o governante disse que o executivo tentou tomar a decisão "até ao limite do possível e daquilo que era eficaz".
"Estamos perante uma prova com elevado peso organizativo e mediático e, por isso, é necessário com o prazo mínimo dar a conhecer as condições para a respetiva organização e realização. Sabemos dos incómodos e dos prejuízos que tudo isto causa, mas, em primeiro lugar, está necessariamente a saúde pública", salientou.
O Rali dos Açores, que já tinha sido adiado de março para maio, seria a primeira prova do Campeonato da Europa da especialidade de 2021.
Os Açores têm atualmente 343 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a doença covid-19, dos quais 340 em São Miguel, dois na ilha Terceira e um nas Flores.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 4.549 casos, tendo ocorrido 4.065 recuperações e 30 óbitos. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 68 pessoas e 43 apresentaram comprovativo de cura anterior.
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