Afinal, não foram angolanos que mataram Luís Grilo. A nova versão de Rosa
Viúva afirma agora que Luís Grilo não foi morto na cozinha e que não há diamantes, como anteriormente tinha referido. Surge agora um senhor X, que tirou a vida ao triatleta.
© Global Imagens
País Rosa Grilo
Rosa Grilo escreveu mais uma carta à jornalista da SIC, Ana Paula Félix, e na qual altera diversos factos que contou e apresenta uma nova versão do crime que tirou a vida ao marido, o triatleta Luís Grilo. No programa 'Linha Aberta', foi revelado que a viúva afirma agora que a tese dos angolanos é mentira e que o triatleta não foi morto na cozinha.
De acordo com a nova teoria, divulgada esta segunda-feira pela televisão, afinal, também não há diamantes. Já o autor moral e material dos crimes de homicídio e profanação de cadáver "é outra pessoa", alegadamente um individuo "muito próximo da família".
"Alguém que até tinha a chave da vivenda das Cachoeiras", foi divulgado. O nome da pessoa que Rosa Grilo agora envolve no caso não foi, contudo, revelado, sendo sempre identificado por senhor X.
Na carta, da qual Hernâni Carvalho leu excertos, Rosa Grilo conta ocasiões em que Luís lhe batia: "O X e eu ficámos muito amigos. Percebi que ele estava apaixonado por mim", revela a viúva.
"Quando casei, eu e o senhor X mantivemos o contacto próximo. Com o passar dos anos, afastámo-nos um pouco mas não deixámos de falar. Até era eu que o procurava mais quando o Luís me batia. Tinha necessidade de desabafar, ele pedia-me para deixar o Luís e ficar com ele", descreveu ainda Rosa.
No início de 2018, ano do homicídio do triatleta, Rosa Grilo conta que se quis separar do marido e que este "ficou de tal forma enraivecido" que a ameaçou: "Não sabendo o que fazer, passaram-se mais uns meses e voltei a dizer que me queria separar. Aí já foi diferente: agrediu-me e ameaçou que me matava". Ao recorrer de novo a X, "ele apoiava-me, mas pressionava-me sempre para ficar com ele".
Na mesma missiva, Rosa descreve que "antes de irmos para Frankfurt, o Luís voltou a ameaçar-me de morte. Foi por estes dias que tirei a arma ao António [Joaquim, indicado como amante]".
"Contei a X que o Luís me tinha agredido e ele foi ter comigo a casa. Mostrei-lhe a arma e ele disse que só servia para eu levar um tiro. Justifiquei a arma dizendo que uma outra pessoa tinha emprestado ao Luís há uns tempos. Mas levou a arma. Disse-me que não a ia deixar lá, ainda por cima se tinha sido o juiz a pedi-la".
De acordo com Rosa Grilo, X disse que "sabia mexer na arma porque também tinha uma", uma vez que frequentava "sítios pesados".
Assim, de acordo com a mais recente carta enviada por Rosa Grilo, foi este homem que tirou a vida a Luís Grilo, para defendê-la dos maus tratos que esta alegadamente sofria: "Estava na cozinha, mas mesmo com os barulhos da TV, ouvi dois sons estranhos. Como me pareceu ser no piso de cima, subi. O X tinha acabado de dar tiros no Luís. Só tive tempo de ver o Luís na cama a sangrar. O X agarrou-me, empurrou-me para fora do quarto, fechou a porta à chave", revela Rosa.
Ainda segundo a viúva, "o X disse-me que voltava de noite e disse-me para eu ir fazer queixa à GNR que o Luís estava desaparecido". "Fiquei em choque e disse que não ia, mas o X disse para ir que eles nunca iriam lá a casa, pois só começavam à procura passadas 48 horas. E eu fui".
"Durante a madrugada o X entrou e tentou levar o Luís, mas não conseguia levá-lo sozinho. Tive que ajudá-lo a levar o Luís para o carro", apontou, acrescentando que questionou o homem sobre o que fez com o corpo: "Ele disse-me que nunca encontrariam o Luís. E eu não consegui denunciar o X".
Depois, o X devolveu a arma a Rosa, que a foi deixar "a casa do António".
E a tese dos angolanos?
Sobre a tese dos angolanos, a apresentada inicialmente, Rosa Grilo escreveu que quando a prenderam "não disse nada à PJ todo o dia". "Só quando me disseram que o António estava lá também é que me lembrei da história dos angolanos. A história dos angolanos foi porque me lembrei do que uma amiga do Luís tinha dito à PJ".
Na carta, Rosa Grilo reiterou que não poderia denunciar X porque "é louco e conhece o meu filho". "O X veio visitar-me e disse-me para manter a história dos angolanos, porque ele apoiaria a história. Diria que sabia, mas não disse. Ficou furioso quando soube do António".
"Isto [o crime] não teve nada a ver com seguros. Também não foi nada planeado. Eu não tinha nenhum plano para ficar com o António naquela altura", defende-se a viúva.
Já sobre como X entrou em casa no dia do crime, Rosa também tem uma justificação: "Ele tinha as chaves da minha casa, pois ia dar de comer às gatas quando íamos de férias".
[Notícia atualizada às 15h55]
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