Após o Governo ter decretado a cerca sanitária em duas freguesias de Odemira, o autarca local, José Alberto Guerreiro, fez uma conferência de imprensa para falar sobre a situação epidemiológica no concelho que, explicou, tem "focos especialmente identificados em escolas, na população migrante e nalgumas franjas da comunidade local".
Com a "obrigação de tudo fazer para assegurar as condições de trabalho e de segurança", o autarca anunciou que "nesse contexto, foi pedindo responsabilidades a todos para evitarmos esta situação".
José Alberto Guerreiro indicou que, junto do Governo, sempre manifestou existirem "condições objetivas para um desconfinamento geral do concelho face às últimas descidas, e algo acentuadas, do número de casos e ao incremento da taxa de vacinação nos últimos 14 dias".
Porém, o Executivo, "certamente baseado nos dados da pandemia e informações e opiniões da autoridade de Saúde", assim não entendeu e avançou com a cerca sanitária nas freguesias de São Teotónio e Longueira/Almograve.
Neste seguimento, "o primeiro-ministro anunciou a requisição civil do Zmar, sendo este utilizado para a possível colocação de infetados, de indivíduos em quarentena ou de populações com dificuldades de alojamento".
Contudo, "a pousada de Almograve será definida para o eventual alojamento de infetados, sendo o Zmar apenas utilizado para indivíduos com necessidade de quarentena", acrescentou.
O presidente da Câmara lamentou, no seguimento da cerca sanitária, "que nem todos sejam autorizados a laborar, com evidentes prejuízos para o comércio destas freguesias", situação que leva a "reivindicar a tomada de medidas imediatas para o apoio ao tecido económico local".
De lembrar que o Governo decidiu ontem decretar uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de Covid-19, sobretudo em trabalhadores do setor agrícola.
As restantes freguesias deste concelho do distrito de Beja evoluirão, a partir de sábado, 1 de maio, com a generalidade de Portugal Continental, para uma situação de calamidade devido à pandemia de Covid-19, depois de 15 períodos de estado de emergência, 12 dos quais consecutivos desde 9 de novembro.
[Notícia atualizada às 15h35]
Leia Também: Indignação, tristeza e revolta na cerca sanitária em Odemira