Numa nota hoje divulgada, a UC revela que os primeiros resultados do projeto "Mind the Mom" mostram "a perceção de utilidade e satisfação das utilizadoras com uma intervenção 'online' para a saúde mental perinatal durante a pandemia de covid-19, em formato de aplicação móvel (app)".
O projeto visa minimizar os desafios que advêm da pandemia e as suas implicações para o bem-estar das grávidas: "alteração das rotinas de seguimento obstétrico e preparação para o parto, limitações à presença de acompanhantes na gravidez e no pós-parto e incerteza relativamente ao presente e futuro próximo".
Trata-se de uma intervenção psicológica breve, através de uma aplicação móvel -- Mind the Mom --, com "informação, exercícios e estratégias terapêuticas cognitivo-comportamentais com evidência na promoção da saúde mental da grávida, adaptadas ao contexto da pandemia e a outras situações de risco similares", explicita a UC.
"Mind the Mom" é conduzido por uma equipa do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, em colaboração com o Serviço de Obstetrícia A do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia, Reprodução e Neonatologia e a Unidade de Psicologia Clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Até ao momento participam no estudo 225 grávidas. Entre as utilizadoras da 'app', "cerca de 81% consideram-se muito satisfeitas ou extremamente satisfeitas, 74% classificam-na como muito útil ou extremamente útil, 87% tencionam aplicar as informações e exercícios sugeridos na sua rotina, 88% pretendem voltar a utilizar" a aplicação e 92% recomendá-la-ão a outras grávidas, refere Anabela Araújo Pedrosa, coordenadora da investigação.
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a "Mind the Mom", que foi desenvolvida em parceria com a Hypsoftware e o músico Miguel Falcão, está disponível para os sistemas Android e IOS.
A 'app' é composta por cinco módulos, que exploram "o impacto do 'stress' e incerteza na saúde, autocuidado e gestão do 'stress', reconhecimento e gestão de emoções desconfortáveis, lidar com pensamentos negativos, 'mindfulness' e autocompaixão e comunicação interpessoal", detalha, citada pela UC, a investigadora do CINEICC e psicóloga clínica na Maternidade Daniel de Matos do CHUC.
Em cada um desses módulos é possível "encontrar informação e exercícios práticos, que facilmente podem ser introduzidos nas rotinas diárias das participantes", acrescenta.
Cerca de 82% das participantes no estudo refere que os módulos são fáceis de utilizar e 73% que os conteúdos são relevantes.
A aplicação móvel continua disponível para as grávidas de todo o país na página do projeto (https://mindthemom.pt/).
"Estima-se que globalmente uma em cinco mulheres desenvolva perturbação emocional no pós-parto, sendo que mais de 75% não serão diagnosticadas ou não receberão tratamento adequado -- isto é tanto mais grave quanto dados da investigação científica indicam que não receber tratamento adequado tem consequências negativas para a mãe, o bebé, a família e a sociedade em geral, influenciando negativamente os indicadores de desenvolvimento e de saúde", alerta Anabela Araújo Pedrosa.
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