"Em 100 anos de vida coletiva não conhecemos uma experiência comparável àquela que vivemos e que estamos ainda a viver. E que permitiu demonstrar a qualidade do nosso ensino de medicina, a qualidade da nossa ciência, mas também a presença no terreno, a dedicação, a solidariedade, o sentido do real, a resistência [dos profissionais de saúde]", disse, identificando as qualidades essenciais ao exercício da medicina.
O chefe de Estado presidiu hoje ao Dia da Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), tendo-se associado à imposição das medalhas aos novos médicos, aos quais irão juntar-se os novos mestres de outros cursos do 2º ciclo, os novos doutores e os novos professores agregados.
Marcelo Rebelo de Sousa, que encerrou a sessão comemorativa, considerou, contudo, que só com "paixão" é possível ultrapassar todos os obstáculos, fazendo votos para que esta nunca abandone os novos médicos e professores.
"Os obstáculos serão constantes. Falta de meios materiais, falta de recursos financeiros, falta de condições sociais, problemas de toda a ordem - organizativos, de funcionamento - vos perseguirão, mas tudo isso é apesar de tudo ultrapassável na base da vossa paixão. Ela ultrapassará todos os obstáculos", observou.
O chefe de estado sublinhou, no entanto, que a exigência à "sociedade como um todo" deve manter-se.
"Aquilo que a sociedade não exige, não se esperará que os seus responsáveis exijam, porque eles são o retrato da sociedade, em democracia eles são o retrato da sociedade. Aquilo que falha nos responsáveis, falha porque a sociedade deixa que falhe. De outra forma não falhava", argumentou.
Agradecendo à FMUP, que vai completar 200 anos, o que tem feito pelo país, o Presidente da República defendeu a ideia de que o futuro é o que mais importa, salientando que do passado importa retirar lições.
"É muito importante o passado, mas o passado só importa para retirarmos lições para o presente e para o futuro. O importante na nossa vida é sempre o futuro. Estejamos no início da vida, estejamos mais perto do seu termo, é sempre o futuro", rematou.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.230.058 mortos no mundo, resultantes de mais de 154,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.983 pessoas dos 838.102 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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