A Associação de Apoio ao Recluso (APAR) acusou, este domingo, o Governo e a Direção-Geral de Saúde (DGS) de se esquecerem da população prisional, no âmbito do processo de vacinação contra a Covid-19.
"Não se entende nas cadeias que haja reclusos com 80, 70 e 60 anos, alguns com doenças graves, por vacinar. A cadeia é um sítio onde há muitas pessoas com doenças complicadas desde diabetes a tuberculoses", alertou Vítor Ilharco, presidente da associação, em declarações à RTP.
O responsável lembrou que os presos estão à guarda do Estado e sublinhou ainda que, neste momento, já deviam ter sido vacinadas milhares de pessoas nas cadeias portuguesas.
"Acho que houve aqui um esquecimento. Os reclusos são cidadãos com os mesmos direitos de todos os outros exceto o da liberdade", comentou, acrescentando que a situação já foi denunciada às autoridades de saúde e às entidades políticas competentes.
Importa recordar que em fevereiro deste ano, no início do processo de vacinação contra o novo vírus no país, António Costa garantiu que todos os reclusos no território português iriam receber a vacina, como qualquer outro cidadão.
"Naturalmente, os reclusos são como todos os outros cidadãos e, por isso, têm também o direito a serem vacinados e serão no momento próprio", afirmou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas, no dia 4 de fevereiro do presente ano, quando visitou o Estabelecimento Prisional de Caxias, a propósito do arranque da vacinação contra a Covid-19 dos guardas prisionais e dos reclusos inimputáveis.
Em Portugal, há cerca de 12 mil reclusos nos nove estabelecimentos prisionais espalhados pelo país.
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