O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia, Paulo Paixão, considerou que não há motivos para alarme, do ponto de vista sanitário, devido à chegada de milhares de turistas britânicos por dia a Portugal, a partir desta segunda-feira.
"Há que tranquilizar as pessoas porque além da incidência britânica ser baixa, [os britânicos] são testados antes de vir. Por isso, é seguro recebermos estes turistas", defendeu em declarações esta manhã na TVI24.
O especialista reiterou que os números epidemiológicos no Reino Unido "são tranquilizadores", sustentados por "uma excelente taxa de cobertura vacinal" contra a Covid-19.
Sobre as restrições impostas aos cidadãos que cheguem de países que apresentem uma taxa de incidência igual ou superior a 500 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias - como África do Sul, Brasil, Chipre, Croácia, Índia ou Lituânia -, Paulo Paixão afirmou que as medidas garantem também segurança do controlo da pandemia no país.
"[Estes passageiros] são sujeitos a serem testados e cumprir a quarentena. Portanto, é perfeitamente lógico que assim aconteça", analisou.
Sobre se os testes de despiste à Covid-19 poderão ser dispensados no futuro dependendo do contexto epidemiológico de cada país, o perito disse acreditar que, no quadro geral, os testes vieram para ficar. Ainda assim admitiu que pode haver uma exceção a eventual criação do passaporte de vacinação europeu:
"Eventualmente, o que poderá acontecer, um pouco mais para a frente, é que quem estiver vacinado não tenha de ser testado. Claro, que o uso de máscara não vai ser dispensado tão cedo, mas podemos caminhar para isso nos próximos meses. Vamos ver qual vai ser a evolução na Europa", afirmou.
Com o avanço do desconfinamento no Reino Unido, esta segunda-feira, milhares de britânicos começaram a chegar a Portugal, no primeiro dia em que os britânicos estão autorizados a viajar para o país sem terem de fazer quarentena no regresso.
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