Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o Geopark Naturtejo refere que "muitas das rochas quartzíticas que foram usadas ao longo de séculos em muros e construções tradicionais contêm fósseis, não raramente de grande importância científica".
Para replicar este património geológico para registo futuro, foi feita uma intervenção no café da entrada da aldeia de Sobral Fernando (Proença-a-Nova), com a produção do molde de uma laje "com importantes marcas de atividade de organismos extintos há centenas de milhões de anos".
A intervenção foi realizada pelo coordenador do Geopark Naturtejo, Carlos Neto de Carvalho, e contou com o apoio do Museu Geológico de Lisboa, através de José Anacleto, especialista em produção de moldes e réplicas de fósseis.
Segundo o Geopark Naturtejo, este muro existente em Sobral Fernando, no distrito de Castelo Branco, já era conhecido, uma vez que por aqui têm passado estudantes e curiosos em várias ações promovidas pelo Centro Ciência Viva da Floresta de Proença-a-Nova.
"Com esta réplica em produção no Museu Geológico de Lisboa poderemos levar os fósseis de Sobral Fernando a qualquer lado" refere Carlos Neto de Carvalho.
Uma das réplicas será enviada para exposição permanente no Geoparque UNESCO de Dong Van Karst, no norte do Vietname.
O convite ao Geopark Naturtejo foi feito por Guy Martini, secretário-geral da Rede Global de Geoparques e responsável pelo desenvolvimento de geoparques no Vietname.
"Este convite revela a importância internacional dos fósseis desta região, por permitirem desvendar modos de vida de organismos que viveram aqui num oceano há quase 500 milhões de anos", lê-se na nota.
O Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, que integra a rede mundial da UNESCO, inclui os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão.