O Instituto Ricardo Jorge (INSA) salientou, esta sexta-feira, no relatório de Monitorização das Linhas Vermelhas para a Covid-19, que apesar de uma transmissão de "moderada intensidade", como a que se regista esta semana em Portugal, "o aumento dos valores do índice de transmissibilidade (Rt) deve ser acompanhado com atenção", nos próximos dias, "pois pode sinalizar o início de um período de crescimento" da pandemia.
De acordo com o documento, o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 53 casos, com tendência ligeiramente crescente a nível nacional.
O valor do Rt apresenta valores superiores a 1 a nível nacional (1,03) e na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo (1,11), sugerindo uma tendência crescente, mais acentuada nesta região.
"A manter esta taxa de crescimento, o tempo para atingir a taxa de incidência de acumulada a 14 dias de 120 casos por 100 mil habitantes, será de 61 a 120 dias e 31 a 60 dias, respetivamente, para o nível nacional e Lisboa e Vale do Tejo", prevê o INSA.
Já o número diário de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência ligeiramente decrescente, "correspondendo a 24% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas".
A proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 1,2%, a nível nacional, valor que se mantém abaixo do objetivo definido de 4%. De acordo com o mesmo relatório, observou-se um decréscimo do número de testes para deteção do novo coronavírus realizados nos últimos sete dias.
Já a proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 8,4%, mantendo-se abaixo do limiar de 10%.
Também nos últimos sete dias, 90% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 81% dos seus contactos.
Sobre as diferentes estirpes do novo coronavírus, o relatório revela que, com base na sequenciação genómica de amostras recolhidas em abril, a estimativa da prevalência de casos da variante B.1.1.7 (associada ao Reino Unido) foi de 91,2% - valor que se manteve inalterado.
Até 19 de maio, foram identificados, por confirmação laboratorial, 88 casos da variante B.1.351 (associada à África do Sul), com transmissão comunitária, ou seja, não se registaram novos contágios desta estirpe nos últimos dias.
Foram ainda identificados, por confirmação laboratorial, 115 (mais um em relação à semana anterior) casos da variante P.1 (associada a Manaus, Brasil), dez casos da variante B.1.617 (associada à Índia), "oito casos da linhagem B.1.617.1 e dois casos da linhagem B.1.617.2".
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