André Peralta Santos, o diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde, descreveu, na conferência de imprensa esta terça-feira realizada na sede do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa, a curva da incidência cumulativa a 14 dias de casos de infeção na cidade e revelou quais as dez freguesias que estão acima do limite de casos.
No início do mês de maio, destacou, verificou-se "uma inversão de tendência e um aumento do crescimento" e, "atualmente", Lisboa tem uma "incidência de 143 casos por 100 mil habitantes e um Rt (índice de transmissibilidade) de 1,14".
"Isto quer dizer que a incidência está acima de 120 [casos por 100 mil habitantes] e que a epidemia está a aumentar, porque o Rt é superior a 1", explicou.
Relativamente à dispersão geográfica, com dados de 10 de maio e de 23 de maio, verifica-se que as maiores incidências se concentram nas freguesias do centro da cidade de Lisboa e que, ao longo dos últimos dias, houve um aumento nos territórios circundantes, expôs o diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde.
E são dez as freguesias acima do limite dos 120 casos por 100 mil habitantes que serve de 'bitola' ao Governo para confinar ou desconfinar regiões ou zonas do país. De acordo com a TVI24, sete têm mais de 120 casos - Alcântara, Alvalade, Avenidas Novas, Estrela, Penha de França, Santo António e São Vicente - enquanto outras três estão em pior situação, com mais de 240 casos por 100 mil habitantes - Arroios, Misericórdia e Santa Maria Maior.
"À medida que nos vamos aproximando do tempo presente, há uma dispersão do aumento", disse ainda André Peralta Santos na conferência, explicando que, "em vez de aumentar a incidência só nas freguesias do centro, já estão a aumentar também nas freguesias mais da periferia da cidade e, inclusive, noutros concelhos".
No âmbito desta dinâmica, "nas freguesias do centro do concelho de Lisboa parece haver um abrandamento e até uma diminuição da incidência", apontou o especialista.
No que diz respeito à faixa etária dos casos de infeção dos últimos 14 dias em Lisboa, concentram-se na população do adulto jovem, entre os 20 e os 40 anos, indicou diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde.
Em relação à testagem, com dados das semana de 10 a 16 de maio e de 17 a 23 de maio, "houve um ligeiro aumento dos testes", de 22 mil testes para 23 mil testes, "mas também houve um aumento da positividade".
"Realmente, há um crescimento da incidência desde o início de maio para o concelho de Lisboa, que é superior ao da região e que é superior ao do país. Se o crescimento se mantiver, é possível que o concelho atinja o patamar dos 240 casos por 100 mil habitantes dentro de duas a três semanas", alertou André Peralta Santos.
Leia Também: Lisboa e Vale do Tejo com testagem em massa e "aceleração da vacinação"