"Amanhã [sexta-feira] há reunião de peritos no Infarmed. O propósito desta reunião é que essa apresentação seja feita a todos. É a partir dessa apresentação que o Governo tomará as suas decisões, exatamente como aconteceu quando aprovámos este plano de desconfinamento", afirmou Mariana Vieira da Silva, após a reunião do Conselho de Ministros.
O Chefe de Estado, o primeiro-ministro, o presidente do parlamento e os representantes de partidos voltam a reunir-se na sexta-feira com peritos sobre a evolução da situação epidemiológica em Portugal e novas regras a adotar no verão.
Esta será a primeira reunião entre políticos e especialistas desde que terminou o estado de emergência em 30 de abril, e nela deverá ser apresentado um estudo solicitado pelo Governo aos professores Raquel Duarte e Óscar Felgueiras sobre regras a aplicar para futuro para conter a covid-19, mas com o programa de vacinação já em fase avançada.
A atual matriz de risco é composta por dois critérios, o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 por cem mil habitantes, indicadores que têm servido de base à avaliação do Governo sobre o processo de alívio das restrições iniciado a 15 de março.
De acordo com os dados apresentados hoje por Mariana Vieira da Silva, o Rt - que estima o número de casos secundários resultantes de uma pessoa infetada -- aumentou de 0,78 para 1,07 entre 09 de março e 26 de maio, tendo a incidência de novos casos de infeção baixado dos 118,49 para os 54,4 no mesmo período.
Na conferência de imprensa, a ministra da Presidência salientou ainda que, desde o início de março, o Governo tem trabalhado sempre com a mesma matriz, o que conferiu "estabilidade neste processo de desconfinamento".
"Todos, hoje em dia, conhecem esta matriz de risco e é evidente que isso tem vantagens", considerou a governante, ao avançar que as medidas a implementar têm de ser "adequadas ao momento", razão pela qual o executivo solicitou propostas aos peritos.
"Aguardemos quais são as sugestões, o que é que pode mudar, o que tem de permanecer e trabalharemos em função disso, como sempre fizemos", disse a ministra da Presidência, para quem o "principal objetivo" do Governo é "manter a pandemia controlada" em Portugal.
Em Portugal, morreram 17.022 pessoas dos 847.006 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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