O coordenador da task force da vacinação participou, na manhã desta terça-feira, numa conferência ministerial no âmbito da presidência portuguesa da UE, a eHealth Summit e, em declarações aos jornalistas, Henrique Gouveia e Melo comentou os atrasos no autoagendamento, referindo que quando as listas ficam cheias, "temos de esperar mais uma semana para abrir [nova] lista de espera".
"Recebemos 700 mil vacinas por semana", que têm depois de ser distribuídas para "segundas doses, agendamento local e agendamento online".
Questionado sobre a hipótese de a vacina da Pfizer ser dada a partir dos 12 anos, Gouveia e Melo considera que não lhe cabe a si decidir, "mas à DGS". Ainda assim, o coordenador da task force reconheceu que "havendo essa liberdade presumo que a DGS irá pronunciar-se positivamente".
O vice-almirante prevê ainda que a vacinação para menores de 30 anos seja feita depois de "acabar a vacinação acima dos 30 anos, entre fim de julho e o início de agosto". “É natural que no início de agosto estejamos a vacinar já essas pessoas”, acrescentou. Explicou ainda que, quando se chegar à faixa etária dos 18 anos, estará vacinada de "grosso modo" mais de 90% da população.
E uma vez aí chegados, "é muito pouco provável que, com essa taxa de vacinação, o vírus continue a persistir de forma endémica na população", acabando "por morrer" porque não tem como se propagar na comunidade.
Perante este cenário, Gouveia e Melo admitiu que pode não ser necessário vacinar as crianças porque, ao vacinar-se 70%, 80%, 90% da população, está-se a proteger as crianças.
Já a partir do dia "6 de junho" as pessoas com mais de 40 anos vão começar a ser chamadas "através de agendamento local" e "uma semana depois" será aberto o agendamento online. Haverá "duas formas de agendamento uma local e outra online, ou seja, mesmo quem não conseguir autoagendar, será chamada"
Por fim, revelou ainda que as pessoas que já estiveram infetadas, há mais de seis meses "já podem autoagendar a vacinação", tendo esse processo já sido iniciado. "Já há pessoas recuperadas que estão a ser vacinadas", rematou.
Vacinação a "longa escadaria"
Na sua intervenção no eHealth Summit, Gouveia e Melo afirmou que o processo de vacinação tem sido "uma longa escadaria" em que ainda não se vê "o fim da escadaria".
"Quando subimos um degrau, há sempre mais um para subir e nós estamos numa fase em que ainda estamos a subir degraus, ou seja, o mês de junho e julho serão os meses com o maior ritmo de vacinação diária", com cerca de 100 mil administrações por dia e nalguns dias acima desse valor.
Até agora, Portugal já administrou cerca de cinco milhões de vacinas e até ao final do processo serão dadas 15 a 17 milhões, o que significa que se está "a um terço do processo".
Gouveia e Melo salientou o facto de as pessoas mais idosas já estarem protegidas, o que já é visível na taxa de internamentos e de óbitos por covid-19, mas disse que agora é preciso "libertar a economia" e "libertar o país deste vírus".
Realçou também a importância da tecnologia no processo de planeamento, agendamento e de distribuição de vacinas a mais de posto de vacinação do país.
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