Portugal fora da 'lista verde'? "Decisão cuja lógica não se alcança"

O ministério dos Negócios Estrangeiros reagiu com aparente incompreensão à decisão do governo britânico em retirar novamente Portugal da 'lista verde' de viagens internacionais.

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Anabela Sousa Dantas com Lusa
03/06/2021 17:01 ‧ 03/06/2021 por Anabela Sousa Dantas com Lusa

País

Covid-19

"Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da 'lista verde' de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança", reagiu esta quinta-feira o ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), através das redes sociais, sobre a decisão do governo britânico em retirar novamente Portugal da 'lista verde' de viagens internacionais.

A tutela, liderada por Augusto Santos Silva, acrescenta que o país vai "continua a realizar o seu plano de desconfinamento, prudente e gradual, com regras claras para a segurança dos que aqui residem ou nos visitam".

Recorde-se que Portugal estava desde 7 de maio na 'lista verde' do Reino Unido, ou seja, era possível viajar sem cumprir dez dias de quarentena no regresso. No final do mês, dia 29, realizou-se, inclusive, a final da Liga dos Campões no Porto, onde estiveram milhares de britânicos.

Esta mensagem do MNE segue-se ao anúncio, por parte do ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, de que Portugal foi removido da 'lista verde' de viagens internacionais, uma decisão que admitiu ter sido "difícil de tomar", mas que aconteceu por duas razões. "Uma é que a taxa de positividade quase duplicou desde a última revisão em Portugal e a outra é que há uma espécie de mutação do Nepal da chamada variante indiana que foi detetada e simplesmente não sabemos o potencial que pode ter para resistir à vacina", explicou.

A medida deverá em vigor a partir das 04h00 de terça-feira, quando Portugal passa para a lista 'amarela', avançou o Daily Telegraph. 

Os países na 'lista amarela' estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.

Portugal era até agora o único país da União Europeia (UE) na 'lista verde', que isenta os viajantes de quarentena no regresso a território britânico, em vigor desde 17 de maio. 

A lista de destinos seguros é assim reduzida a 11 países e territórios, mas a maioria é bastante longínqua ou não deixa entrar turistas, como Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Brunei e Ilhas Malvinas, restando a Islândia como o destino mais acessível.

Segundo a comunicação social britânica, o Governo britânico não vai adicionar mais nenhum país à "lista verde", nomeadamente Espanha, que eliminou os requisitos de entrada dos britânicos com esperança de estimular o setor do turismo. 

Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte ainda não confirmaram, mas deverão seguir as orientações. 

Na "lista vermelha" estão países para os quais o Governo proíbe viagens devido ao nível de risco, impondo à chegada ao Reino Unido quarentena de 10 dias num hotel designado e às suas custas, além de dois testes PCR, no segundo e oitavo dias da quarentena.

Afeganistão, Sudão, Egito, Costa Rica, Sri Lanka, Bahrain, Trinidade e Tobago vão ser adicionadas a esta lista, adiantou o Daily Telegraph, lista na qual já se encontram o Brasil, África do Sul e Índia, mas também Angola, Moçambique e Cabo Verde.

Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial estão na "lista amarela", para onde não é ilegal viajar por motivos não essenciais, como férias, mas é fortemente desaconselhado.  

O sistema de semáforo é baseado em quatro critérios: as taxas de vacinação, o número de casos, a prevalência de "variantes preocupantes" e a qualidade dos dados de testagem.

De acordo com dados do Governo britânico, desde o início da pandemia morreram quase 128 mil pessoas morreram no Reino Unido, o pior índice de mortalidade na Europa.

Leia Também: AO MINUTO: Portugal fora da lista verde. Internamentos seguem a descer

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