António Costa está na Madeira onde vai apresentar a moção da candidatura a secretário-geral do Partido Socialista (PS) e, em declarações aos jornalistas ainda no aeroporto ao início da tarde deste domingo, versou sobre a saída de Portugal da 'lista verde' do Reino Unido: "O país todo tem dificuldade em perceber os critérios".
Questionado sobre a situação da Madeira querer uma discriminação positiva nesta matéria, o primeiro-ministro afirmou que "é legítimo que todos queiram ter essa diferenciação". E apontou: "Quer a variante indiana quer esta mutação nepalesa... o Reino Unido tem muito mais casos que a generalidade dos outros países e, designadamente, muitos mais casos que Portugal".
Na mesma intervenção, o chefe do Executivo considerou ainda que, "obviamente, não pode ser a frieza dos números a explicar este tipo de decisão". "Quanto estamos a ter 12 casos... é evidente que não há-de ser isso".
Há um "canal aberto" com os britânicos, frisou, destacando também "um processo em curso, por parte da Comissão Europeia, para permitir que o Reino Unido possa aderir ao certificado digital". Isso, "vai resolver muitos dos problemas".
Costa indicou, em seguida que a entrada em vigor deste certificado, irá permitir "termos estabilidade no planeamento deste período turístico", uma vez que, "com reavaliações de três em três semanas, é muito difícil a toda a indústria do Turismo estar a adaptar-se com este elevadíssimo grau de incerteza".
Recorde-se que o Ministério britânico dos Transportes anunciou, no passado dia 3 de junho, que Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a 'lista verde' de viagens internacionais a partir do Reino Unido na terça-feira às 04h00. Segundo a tutela, Portugal passa para a "lista amarela" para "salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes" e proteger o programa de vacinação britânico.
Num comunicado, o Governo britânico refere que, de acordo com a base de dados europeia GISAID, foram identificados em Portugal 68 casos da variante B1.617.2, identificada pela primeira vez na Índia, denominada pela Organização Mundial de Saúde por variante Delta, "com uma mutação adicional potencialmente prejudicial".
Os britânicos dizem também que a taxa de positividade dos testes ao novo coronavírus em Portugal é quase o dobro daquela registada há cerca de um mês, ultrapassando a média nacional no Reino Unido. Os países na 'lista amarela' estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.
[Notícia atualizada às 12h42]
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