Organizado pela Câmara de Arraiolos, no distrito de Évora, o certame denominado "O tapete está na rua" volta a realiza-se este ano, depois de a edição de 2020 ter decorrido em formato 'online', devido à pandemia de covid-19.
Esta edição prolonga-se até ao dia 13 deste mês e inclui, como era habitual antes da pandemia, uma mostra de tapetes estendidos nas ruas e praças e pendurados nas portas, janelas, varandas e nos edifícios mais característicos da zona "nobre" de Arraiolos.
Fonte do município indicou à agência Lusa que a organização do certame decidiu "evitar a realização de atividades e iniciativas que levem à concentração de pessoas", pelo que não estão previstos concertos e a animação de rua será itinerante.
A autarquia apelou ao "cumprimento das recomendações das autoridades de saúde", tendo em conta a pandemia de covid-19, esperando que a realização do certame possa "contribuir para a retoma da economia local".
A par da mostra de tapetes, o programa da iniciativa inclui exposições, recriações históricas, animação de rua, mostra de artesanato e produtos locais, feira do livro e workshops.
Do Tapete de Arraiolos, bordado a lã sobre tela, conhecem-se referências já desde os finais do século XVI (1598), com origem na vila alentejana com o mesmo nome, povoada no princípio do mesmo século por mouros e judeus, expulsos da mouraria de Lisboa por D. Manuel I.
Segundo investigações históricas, as famílias ali fixadas encontraram abundantes rebanhos de boa lã e diversidade de plantas indispensáveis ao tingimento e fabrico das telas onde são manufaturados os tapetes, empregando a técnica do ponto cruzado oblíquo, denominada "Bordado de Arraiolos".
A Câmara de Arraiolos, que aguarda há vários anos pela certificação dos tradicionais tapetes, pretende candidatar o tapete de Arraiolos a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).