Portugal saiu hoje da lista verde britânica de destinos seguros

Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, deixaram de pertencer à lista verde de viagens internacionais do Governo britânico esta terça-feira às 4h00. Argumentos do Reino Unido são "inválidos", diz Santos Silva.

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© Gary Prior/Visionhaus/Getty Images

Melissa Lopes
08/06/2021 07:50 ‧ 08/06/2021 por Melissa Lopes

País

Pandemia

A decisão britânica de retirar Portugal da lista verde de viagens internacionais devido à pandemia da Covid-19 foi tomada na última quinta-feira e passou a vigorar a partir das 4h da madrugada de hoje, terça-feira.

A partir de agora, qualquer pessoa que chegue de Portugal ao Reino Unido tem, além de ter de fazer dois testes PCR à Covid-19, de cumprir um período de quarentena. 

Aquando da decisão, o governo britânico justificou que Portugal passaria para a lista amarela para "salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes" e proteger a o programa de vacinação britânico.

Num comunicado, o governo britânico referia que, de acordo com a base de dados europeia GISAID, foram identificados em Portugal 68 casos da variante B1.617.2, identificada pela primeira vez na Índia, denominada pela Organização Mundial de Saúde por variante Delta, "com uma mutação adicional potencialmente prejudicial". 

Por cá, os argumentos apresentados pelo Reino Unido não convenceram. O Presidente da República considerou que a decisão de retirar Portugal da lista verde de viagens internacionais não é justificável com a identificação de casos da "variante indiana". "Já há um mês, no Reino Unido, o peso da variante indiana era muitíssimo elevado. Não houve uma variação repentina em quinze dias ou três semanas ou um mês", explicou.

No mesmo sentido, o primeiro-ministro António Costa disse que a situação sanitária "não justifica" a decisão do Reino Unido.

"Sabemos todos bem que da antiga variante indiana, a variante delta, há muitos mais casos no Reino Unido do que existe em Portugal. Da mutação, chamada nepalesa, bom, temos 12 casos em todo o país, o Reino Unido tem bastante mais", argumentou.

Do ponto de vista sanitário, objetivamente, não é uma situação que suscite medidas deste tipo", sublinhou o primeiro-ministro, defendendo também que "não podemos ter este sistema de instabilidade, de três em três semanas, nem para quem viaja, nem para quem tem de organizar a sua indústria turística para acolher em condições".

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros considerou os argumentos britânicos "inválidos", depois de, na própria quinta-feira ter afirmado não ter "lógica" a decisão do Reino Unido. 

Após o anúncio da decisão britânica, na última quinta-feira, milhares de turistas interromperam as férias e rumaram a casa. Só do aeroporto de Faro, no Algarve, saíram no sábado cerca de 10 mil britânicos.

De acordo com com o presidente do Turismo do Algarve, apesar das saídas de turistas - que registaram um pico no sábado - continuam a chegar britânicos a solo nacional. "É interessante também perceber que, no mesmo período [sábado], chegaram 2.500.  Portanto, apesar das regras britânicas, ainda há britânicos a chegar ao Algarve", sublinhou João Fernandes em declarações à Lusa.

Além disso, muitos dos turistas que regressaram a casa  eram casais com filhos, cujos voos estavam reservados, mesmo antes de conhecerem a decisão do Governo britânico em retirar Portugal da lista verde. 

A decisão britânica de excluir Portugal da lista verde de viagens suscitou críticas do setor turístico, que se preparava para um aumento das reservas e da procura de turistas provenientes do Reino Unido, depois de, a 17 de maio, o Governo britânico ter tomada a decisão contrária, abrindo as viagens com destino a Portugal. A medida será revista no prazo de três semanas.

Leia Também: Portugal fora da lista verde do Reino Unido? "Argumentos são inválidos"

 

 

 

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