José Pinheiro, presidente desse município do distrito de Aveiro, declarou à Lusa: "É um bocado injusto estarmos nesta situação porque só temos uns 30 casos ativos no território, mas o objetivo que temos agora é que, daqui a oito dias, possamos ficar em pé de igualdade com a generalidade dos outros concelhos do país".
O autarca do CDS-PP justifica a sua expectativa com a evolução local do número de casos de infeção pelo SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, já que, nesse município de 147,3 quilómetros quadrados e 25.864 habitantes, "há duas semanas havia 19 casos de infeção e na última semana só oito".
Para o presidente da Câmara, isso significa que "a situação não é grave" e está controlada.
"Os casos atuais resultaram apenas de três ou quatro surtos diferenciados, sem ligação entre si, que surgiram sobretudo em contexto familiar, um dos quais devido à chegada de um cidadão estrangeiro que, em visita aos parentes, acabou por contaminá-los", revelou.
A manterem-se os cuidados entre a população local, José Pinheiro acredita que, em pouco tempo, verá resultados mais favoráveis nos cálculos da chamada matriz de risco, que hoje levaram o Governo a travar o desconfinamento em Vale de Cambra.
"Pela mesma regra dos 120 casos por 100.000 habitantes em duas semanas consecutivas, daqui a quatro ou cinco dias já estaremos abaixo desse limite", conclui.
Além de Vale de Cambra, os outros municípios portugueses que hoje a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, identificou como impedidos de avançar para o desconfinamento são Lisboa, Odemira e Braga.
A situação deve-se às medidas implementadas pelo Governo para travar a disseminação da Covid-19, que, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP, já provocou mais de 3,7 milhões de mortes em todo o mundo, na sequência de quase 174 milhões de casos de infeção desde a descoberta do vírus SARS-CoV-2 em dezembro de 2019.
Em Portugal, o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde indica que a pandemia já causou 17.037 óbitos entre 854.522 infeções confirmadas.
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