A embaixada da Rússia em Portugal reagiu, esta quinta-feira, ao envio dos dados pessoais de três ativistas russos pela Câmara Municipal de Lisboa a Moscovo.
Numa nota divulgada através das duas plataformas digitais oficiais, a embaixada sublinhou que "não interessam nem à Embaixada em Lisboa, nem a Moscovo, os tais indivíduos com imaginação malsã".
"Temos outras prioridades que constituem o trabalho construtivo em prol do desenvolvimento da cooperação russo-portuguesa. Assim, a senhora 'ativista' pode voltar tranquilamente para casa", pode ler-se.
Por fim, a embaixada saiu ainda em defesa das "autoridades portuguesas", afirmando conhecer "bem a abordagem muito rigorosa" das mesmas, no que diz respeito ao processamento dos dados pessoais. Para a representação russa em Portugal, a presente polémica está, "sem dúvida", a ser "alimentada pelo desejo dos tais ativistas de atrair atenção mediática para si próprios, através da politização generalizada e provocações deploráveis".
O jornal Expresso noticiou na quarta-feira que os dados de cidadãos russos que estiveram ligados à organização do protesto em solidariedade com o opositor russo Alexei Navalny, detido na Rússia, foram partilhados pela Câmara Municipal de Lisboa com a Embaixada da Rússia e seguiram para o Ministério dos Negócios Estrangeiros daquele país.
Ao início da tarde de hoje, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa pediu "desculpas públicas" pela partilha de dados de ativistas russos em Portugal com as autoridades russas, assumindo que foi "um erro lamentável que não podia ter acontecido".
"Quero fazer um pedido de desculpas público aos promotores da manifestação em defesa dos direitos de Navalny, da mesma forma que já o fiz à promotora da manifestação. Quero assumir esse pedido de desculpas público por um erro a todos os títulos lamentável da Câmara de Lisboa", disse Fernando Medina em conferência de imprensa.
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