"Aprovámos o Manifesto de Lisboa sobre observação da terra, no final da primeira parte do Fórum de Alto Nível sobre Observação Espacial, que essencialmente defende que se dê mais atenção às oportunidades de digitalização das nossas sociedades, salienta os desafios para a mudança climática e sublinha a necessidade de orientar os temas aeroespaciais para as necessidades das nossas populações", disse Manuel Heitor.
Realizada a partir de Lisboa em formato virtual, na conferência de imprensa Manuel Heitor lembrou o "desafio demográfico" que atravessa os dois continentes em sentido oposto, lembrando que "a Europa vive um processo de envelhecimento gradual, e África é o continente mais jovem do globo, com mais de 60% das pessoas a ter menos de 25 anos de idade".
Além disso, apontou, "enquanto os sistemas agroalimentares são dos mais caros do planeta na Europa, em África há populações sem acesso a comida, e a observação do espaço pode ajudar a resolver estas situações".
O governante, que falava no final da reunião entre a União Europeia (UE) e a União Africana sobre a observação da terra, anunciou que deste Fórum de Alto Nível saiu o compromisso de se aprofundar o "desenvolvimento da capacidade de formação, o desenvolvimento da capacidade operacional, em particular o desenvolvimento da agência espacial africana, o desenvolvimento de uma maior cooperação para envolver os jovens africanos neste debate".
O Fórum de Alto Nível de Observação Espacial da Terra Europa-África, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE, tem como objetivo fomentar a cooperação euro-africana em sistemas avançados de observação da Terra e de processamento de dados e as suas aplicações numa abordagem orientada para o utilizador, e onde se insere o Manifesto de Lisboa sobre a Observação da Terra no Espaço Europa-África 2021-2030.
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