António Costa transmitiu esta posição numa sessão de lançamento dos programas PRR "Impulso adultos" e Impulso jovens STEAM" no Teatro Thalia, em Lisboa, após a intervenção de abertura do ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor.
Na sua intervenção, com cerca de 20 minutos, o primeiro-ministro começou por referir que na terça-feira será lançado um programa com efeitos de curto prazo económicos em matéria de eficiência energética dos edifícios, mas salientou logo a seguir que o PRR não está essencialmente pensado para impactos de curto prazo.
"Estes programas Impulso STEAM e Impulso Adultos não vão produzir resultados amanhã, ou daqui a um ano, mas irão produzir resultados duradouros ao longo das próximas décadas, através da aquisição de formações", defendeu na introdução do seu discurso.
António Costa apontou que a taxa de abandono escolar precoce em 2010 era de 30%, o dobro da média europeia, tendo sido fixado o objetivo de se reduzir em 2020 até a um máximo de 10%, sendo agora de 9%.
Ainda de acordo com os dados apresentados pelo líder do executivo, em 2010 só 24% da geração entre os 30 e 34 anos tinha concluído o Ensino Superior, tendo aumentado em 2020 para os 43% nesta faixa etária.
"Portugal está na terceira posição da União Europeia, apenas superado pela Dinamarca e Alemanha, na taxa de recém-graduados em engenharia - resultados que eram impensáveis quando eu era dirigente associativos e muitíssimo ambiciosos ainda em 2010. Ora, em 2021, temos de ser tão ou mais ambiciosos do que em 2010", declarou.
Para o primeiro-ministro, com o PRR, as metas traçadas até 2030 devem ser aceleradas e Portugal "ir mais além".
"Com o Impulso Jovem STEAM, até 2025, Portugal terá mais dez mil novos graduados nestas áreas, o que representa um aumento na ordem dos 40% nos próximos seis anos. É uma meta ambiciosa que só poderá ser alcançada se for trabalhado em rede, obviamente com os estudantes, com as instituições do Ensino Superior, universidades ou institutos politécnicos", apontou.
Já no que respeita à formação de adultos ao longo da vida, o líder do executivo advertiu que estes programas são fundamentais para combater "uma sociedade desigual e dual", dizendo que há uma relação direta entre formação e produtividade e "ainda mais direta entre empregabilidade e qualificação".
"Este programa tem um objetivo muito ambicioso de termos até 2025 pelo menos 23 mil participantes em formações curtas de âmbito superior. Mais uma vez, é fundamental contar com a parceria de todos", insistiu, antes de deixar alguns recados às empresas.
"Não basta pensar que é só possível desenvolver estas atividade em regime pós-laboral. Estas atividades vão ter de ser desenvolvidas em contexto laboral, sendo consideradas seguramente componente da atividade laboral. As sinergias entre as empresas e as instituições que vão realizar estas formações são da maior importância", assinalou.
António Costa considerou mesmo que importa juntar mais um elemento à ideia de conciliação entre vida laboral e familiar.
"É preciso acrescentar à vida profissional e à familiar a vida da aprendizagem. Essa será a nova realidade do mundo", sustentou.
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