"Tenho ouvido algumas vezes na comunicação social que a solução é vacinar mais. Dá a sensação que nós, 'task force', o Ministério da Saúde, todos os envolvidos neste processo de alguma forma, não estamos a vacinar ao máximo que nós podemos. Eu queria deixar claro que nós estamos a vacinar o máximo que nós podemos", declarou Henrique Gouveia e Melo numa audição por videoconferência no parlamento.
Perante os deputados da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia de covid-19 e do processo de recuperação económica e social e da Comissão de Saúde, onde foi ouvido a pedido do PSD, afirmou ainda: "Nós temos 'stocks' muito limitados, arriscamos bastante não criando 'stocks', na esperança sempre que cheguem vacinas na semana seguinte".
Segundo o vice-almirante, o prazo médio de entrega das vacinas é "de um mês para a frente", mas às vezes esses prazos acabam por não ser cumpridos.
"Este processo é muito dinâmico e nós temos que ter um 'stock' mínimo de vacinas para garantir que se houver uma quebra no fornecimento não comprometemos as segundas doses das vacinas", explicou.
O coordenador da 'task force' assegurou ainda que não tem tido falta de recursos humanos, enaltecendo o contributo que as autarquias também têm dado nesta área.
Reconheceu que existem preocupações quando se aproximam as férias de como é que vão reagir os profissionais, uma vez que estão "muitos esgotados".
"No entanto, tenho promessas que se fará tudo para manter o ritmo e elevar positivamente", salientou o responsável, que deixou um elogio ao trabalho dos enfermeiros.
"Os enfermeiros têm sido uma classe sem mácula neste processo. Extraordinários, com uma dedicação absoluta e empenho absoluto, São eles que estão a vacinar são eles que realidade são a nossa frente de batalha", realçou.
Em resposta a questões colocadas pelos deputados, o responsável reiterou que Portugal tem capacidade neste momento para 130 mil vacinas por dia.
Além de terem sido alargados os horários nos centros de vacinação, foram reforçadas algumas capacidades e abertos novos centros, um deles hoje (no Estádio Universitário em Lisboa), estando também a ser agilizadas modalidades de agendamento para facilitar o ritmo de vacinação.
"Se tivermos vacinas para mantermos esse ritmo, ele será mantido, e se for necessário será ultrapassado mais uma vez", assegurou o vice-almirante.
Questionado sobre a vacinação no domicílio de pessoas que estão acamadas, Gouveia e Melo avançou que estarão vacinados entre 65% a 70% dos utentes.
"Nós estamos a vacinar o utente que está acamado e uma pessoa do agregado familiar para garantir que há pelo menos uma pessoa que tem alguma resistência, se houver um problema não vai adoecer deixando o utente desamparado", salientou.
Contudo, explicou, "é um processo muito lento" porque requer muitos recursos humanos e é "um processo de nicho", mas que está a ser feito e "parece que está a andar bem".
Sobre o processo de vacinação no país, Gouveia e Melo disse que continua a "descer por faixas etárias", mas que se está "a tentar equilibrar as regiões para terem todas a mesma percentagem de vacinação e avançarem de forma uniforme nessa percentagem".
"Evidentemente que é fácil equilibrar uma região que tem 1.000 pessoas, um concelho que tem 2.000 pessoas, mas é muito difícil equilibrar um concelho que tem um milhão ou meio milhão de pessoas", reconheceu.
Segundo a Direção-Geral da Saúde, já há perto de três milhões de portugueses com a vacinação completa contra a covid-19, o equivalente a 29% da população,
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