"O Governo vai avaliar a situação amanhã [quinta-feira], se aplicar o critério que tem seguido e verificando-se aquilo que tem sido a evolução dos indicadores, vai ser esse o cenário mais provável", com Lisboa a fazer marcha-atrás no plano de desconfinamento, afirmou Fernando Medina (PS).
No âmbito de uma visita ao novo centro de vacinação no pavilhão 3 do Estádio Universitário de Lisboa, acompanhada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o autarca de Lisboa afirmou que o aumento do número de casos de covid-19 "é uma situação na qual outros municípios no país estarão também a evoluir no mesmo caminho", uma vez que "a pandemia está a crescer neste momento, não está contida, nem está a decair".
Sobre o possível recuo de Lisboa nas medidas de desconfinamento, aplicadas aos 278 concelhos de Portugal Continental, Fernando Medina adiantou que, se for aplicado o atual quadro da matriz de risco, a decisão na capital "vai ter algumas implicações relativamente a horários de funcionamento, a mais relevante é a restrição do horário da restauração às 15:30 de sábado e o não funcionamento durante o resto do fim de semana".
Lisboa é um dos concelhos com mais casos de covid-19 e que, no âmbito da última reunião do Conselho de Ministros, em 17 de junho, ficou sujeito a medidas mais restritivas, inclusive a proibição de circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) durante o passado fim de semana, desde as 15:00 de sexta-feira e até às 06:00 de segunda-feira.
Questionado sobre a proibição da circulação de e para a AML ao fim de semana, o presidente da Câmara de Lisboa referiu que não tem informação se a medida se volta a repetir, aguardando pela decisão do Conselho de Ministros.
"Não tenho nenhum elemento de avaliação da eficácia dessa medida, confio que a decisão que está tomada é uma decisão no sentido não da redução da incidência dentro da área metropolitana, mas de tentar reduzir o ritmo ao qual a nova variante se espalha no país", indicou o autarca da capital, considerando impossível evitar a transmissibilidade da variante Delta, até porque se prevê que venha a ser dominante.
Fernando Medina reforçou que a incidência da variante Delta do SARS-CoV-2 "na AML é muito mais alta do que no resto do país".