A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte abriu um inquérito, esta quinta-feira, para apurar as circunstâncias da "vacinação, aparentemente indevida, de alguns utentes num centro de vacinação do ACeS Porto Oriental".
Em causa está uma polémica que se instalou nas redes sociais após a apresentadora Maria Cerqueira Gomes, de 38 anos, e a filha Francisca, de 18, terem revelado que tinham sido vacinadas contra a Covid-19. A filha da apresentadora foi alvo de críticas, uma vez que a vacinação acima dos 18 anos só deverá arrancar no dia 4 de julho, como anunciou ontem o vice-almirante Gouveia e Melo, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Saúde.
Perante as críticas, Maria Cerqueira Gomes esclareceu que, "ontem, na cidade do Porto e noutras cidades do norte, abriram ao final do dia duas horas para pessoas a partir dos 18 anos... Podíamos aparecer sem marcação para se tentar controlar a quarta vaga. Eu fui vacinada, a minha filha também... como todos os outros que souberam e tiveram horas como nós à espera da oportunidade".
A apresentadora disse ainda saber que a estratégia de vacinação seria replicada, hoje, no Cerco, no Porto, e sugeriu aos seguidores que estivessem "atentos", que levassem "água e chapéu. É duro, mas compensa! Vacinam enquanto houver vacinas. Parabéns aos profissionais de saúde que, mais uma vez, estão a dar o litro", escreveu.
Publicação de Maria Cerqueira Gomes© Reprodução Facebook
Maria Cerqueira Gomes partilha ainda uma publicação da Junta de Freguesia de Campanhã alusiva à vacinação aberta, dias 23 e 24 de junho, entre as 17h e as 19h no Centro de Vacinação do Cerco. Na publicação, porém, não há referência às faixas etárias que serão vacinadas, pelo que o Notícias ao Minuto entrou em contacto com a referida Junta e aguarda esclarecimentos.
Também contactada pelo Notícias ao Minuto, fonte oficial da Task Force revelou que, esta tarde, "teve conhecimento da vacinação, aparentemente indevida, de alguns utentes num centro de vacinação do ACeS Porto Oriental".
Com efeito, "a ARS Norte já solicitou a abertura de um processo de inquérito para se apurar o sucedido. Esta situação, que indicia a prática de atos contrários nas normas e instruções em vigor, será reencaminhada para as entidades competentes".
A Task Force assegura ainda que o plano de vacinação contra a Covid-19 "cumpre com todas as normas e orientações da DGS, assim como todas as Instruções do Coordenador da Task Force, que são disponibilizados às entidade envolvidas no processo, incluindo todas as ARS/ACeS".
Atualmente, recorda o grupo que coordena a vacinação, "estão a ser vacinados, por agendamento central, por auto agendamento ou por agendamento local, os utentes com idade igual ou superior a 30 anos e na modalidade casa aberta, utentes com idade igual ou superior de 50 anos não estando previsto a vacinação de utentes abaixo das faixas etárias atualmente previstas, exceto utentes com as comorbilidades definidas na norma número 002/2021 da DGS ou outras exceções definidas na mesma norma".
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