Interrogatório a Berardo poderá ser adiado. Provas estão a ser compiladas
O "despacho de indiciação ainda estará a ser ultimado" e ainda estão a ser compiladas as provas recolhidas durante as buscas.
© Global Imagens
País Joe Berardo
O interrogatório a Joe Berardo e ao advogado André Luiz Gomes poderá ser adiado, avança a TVI24. O canal avança que "o despacho de indiciação ainda estará a ser ultimado" e estão a ser compiladas as provas recolhidas durante as buscas, o que pode atrasar a audição ao empresário. O interrogatório está marcado para as 14 horas, mas poderá começar mais tarde ou mesmo só amanhã.
O empresário será inquirido no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) após ter sido detido na terça-feira por suspeita de burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, entre outros ilícitos.
No total, recorde-se, foram realizadas cerca de meia centena de buscas, sendo 20 domiciliárias, 25 não domiciliárias, três a estabelecimentos bancários e uma a escritório de advogado, tendo ainda sido emitidos dois mandados de detenção, visando Joe Berardo e o seu advogado de negócios e de longa data José Luíz Gomes.
Estas diligências decorreram em vários locais do país, nomeadamente, em Lisboa, Funchal e Sesimbra.
As diligências - indicou o DCIAP - foram executadas pela PJ, com a intervenção de 138 elementos desta força policial, acompanhados de nove magistrados do Ministério Público, sete Juízes de Instrução Criminal e 27 inspetores da Autoridade Tributária, "a maioria dos quais foram alocados apenas para a concretização desta operação, não tendo a equipa de investigação do processo esta composição".
A PJ esclareceu que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.
"Este grupo tem incumprido com os contratos e recorrido aos mecanismos de renegociação e reestruturação de dívida para não a amortizar", acrescenta a PJ no mesmo comunicado.
Na investigação, que começou em 2016, foram identificados "procedimentos internos em processos de concessão, reestruturação, acompanhamento e recuperação de crédito contrários às boas práticas bancárias", refere ainda a polícia de investigação criminal.
Os investigadores procuram indícios de "atos passíveis de responsabilidade criminal e dissipação de património".
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