"Não é que não haja o dever de todos, nomeadamente dos mais jovens, de estarem atentos nos seus comportamentos àquilo que é o relacionamento em sociedade, outra coisa é entrar-se num discurso alarmista, fundamentalista que não se justifica", reafirmou esta quarta-feira o Presidente da República.
Em declarações aos jornalistas durante a tarde desta quarta-feira, ´à margem da Sessão Solene de encerramento das Comemorações dos '150 Anos do Nascimento de Alfredo da Silva', em Lisboa, Marcelo voltou a sustentar que, embora a situação pandémica se esteja a agravar, o país está "muito longe" de ter valores que "determinaram períodos mais difíceis e críticos vivido em Portugal".
Costa vacinado e em isolamento? Presidente pede explicação
Nas mesmas declarações, o Presidente defendeu que as autoridades sanitárias devem explicar publicamente o motivo para ser imposto isolamento ao primeiro-ministro, apesar de vacinado e com certificado digital Covid-19, por ter tido contacto com um infetado.
"Isto tem de ser explicado, para que não haja a ideia errada de que a vacina não serve para nada. Nós temos de vacinar e vacinar mais, há uma campanha de vacinação importante em curso e por isso é bom que os portugueses não fiquem com dúvidas", declarou.
Segundo o chefe de Estado, é preciso explicar aos portugueses "por que é que uma pessoa, apesar de vacinada há mais de um mês com um certificado que lhe permite andar pela Europa e pelo mundo, sair do território português, no entanto está sujeita à mesma obrigação de quarentena ou de isolamento profilático durante dez dias que uma pessoa não vacinada ou só com uma dose de vacina".
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu essa explicação "cabe às autoridades sanitárias" e deve ser feita publicamente: "Se for um português vacinado há mais de um mês com a vacinação completa, aí tem de se explicar ao próprio e à família porquê. Aqui, como é um primeiro-ministro, penso que é importante explicar aos portugueses porquê".
"Eu acho que esta explicação é importante, se não as pessoas ficam baralhadas, e a autoridade do Estado implica a credibilidade, credibilidade quer dizer que as pessoas acreditem em quem define regras, porque, se deixam de acreditar, entram em desconfinamento selvagem, que não tem nada a ver com desconfinamento organizado", argumentou ainda.
Também durante o dia de hoje, o chefe de Estado pediu "paciência" aos portugueses nesta fase que considera de transição da pandemia e que "deverá demorar alguns meses" a passar.
Portugal vive um agravamento da situação pandémica, com um aumento do número de infeções diárias que colocou o país na zona vermelha da matriz de risco. Por esse motivo, Portugal não avançou no plano de desconfinamento previsto. Lisboa e Albufeira deram um passo atrás, juntando-se a Sesimbra, e viram as restrições apertar.
Além destes, mais 17 municípios estão em risco de recuar na avaliação amanhã feita no Conselho de Ministros. O agravamento da situação epidemiológica em Portugal deve-se, sobretudo, à disseminação da variante Delta.
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