Após terem sido veiculadas notícias que davam conta de que as autoridades tinham sido impedidas de fazer novas perícias ao BMW onde circulava Eduardo Cabrita e cujo acidente provocou uma vítima mortal, na Autoestrada 6 (A6), a Guarda Nacional Republicana (GNR) esclarece, esta tarde, em comunicado, que "nunca existiu qualquer 'ordem superior' para impedir ou condicionar quaisquer diligências relacionadas com a investigação".
Na mesma nota, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, a GNR aponta que "desenvolveu e encontra-se a desenvolver, nos termos da lei, todas as diligências inerentes a um processo de investigação de um acidente de viação com vítimas mortais".
Em virtude de a "investigação do acidente se encontrar em curso, não é possível prestar esclarecimentos adicionais", termina a Guarda Nacional Republicana.
O Correio da Manhã citou próximas da investigação para avançar que as autoridades não puderam fazer novas perícias ao veículo, referindo que apenas foi feita uma reportagem fotográfica no local do acidente e, quando os elementos do Núcleo de Investigação Criminal a Acidentes de Viação (NICAV) da GNR de Évora quiseram fazer novas diligências, as mesmas foram negadas por ordem superior.
Nas redes sociais, a reação da oposição não se fez esperar. Rui Rio recorreu ao Twitter para defender que, a ser verdade, trata-se de um facto "gravíssimo" que prova "que o carro vinha em excesso de velocidade". O líder do PSD escreveu ainda que "o primeiro-ministro é o verdadeiro responsável político, por insistir em manter - contra tudo e contra todos - o Ministro da Administração Interna em funções".
Se isto se confirmar é gravíssimo. Prova, na prática, que o carro vinha em excesso de velocidade.
— Rui Rio (@RuiRioPSD) July 1, 2021
E prova, também, que o Primeiro-ministro é o verdadeiro responsável político, por insistir em manter - contra tudo e contra todos - o Ministro da Administração Interna em funções. https://t.co/RLV4HW3EGM
O Correio da Manhã adiantava ainda que "os titulares da investigação nem sabem para onde a viatura foi levada depois de ser removida do local por um reboque", mas que os dados já recolhidos indicam que o veículo circulava a uma "velocidade média de, no mínimo, 200 km/h".
Mesmo após a Brisa ter garantido que os trabalhos de manutenção na autoestrada A6, na zona de Évora, estavam sinalizados no momento do acidente, o ministro da Administração Interna preferiu manter o silêncio, escusando-se a comentar e reiterando que não tem nada a acrescentar além daquilo que foi noticiado na altura.
[Notícia atualizada às 15h43]
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