"Após a realização de novo teste PCR determinado pelas autoridades de saúde e tendo o resultado do mesmo sido, novamente, negativo, as autoridades de saúde autorizaram o retomar da atividade presencial do primeiro-ministro e, como tal, da sua agenda pública", informa esta segunda-feira o gabinete do chefe do Executivo.
Recorde-se que o primeiro-ministro foi testado há uma semana depois do contacto, durante o último Conselho Europeu, em Bruxelas, com o seu homólogo do Luxemburgo, Xavier Bettel, que está infetado, e depois, no seguimento de um contacto com um caso positivo do seu gabinete, situação que levou a que tivesse de cumprir um período de isolamento.
Apesar de estar vacinado contra a Covid-19, e de o teste ter dado negativo, António Costa foi sujeito a um período de isolamento profilático que suscitou dúvidas ao Presidente da República. Marcelo chegou mesmo a pedir um esclarecimento à Direção-Geral de Saúde (DGS).
"Isto tem de ser explicado, para que não haja a ideia errada de que a vacina não serve para nada. Nós temos de vacinar e vacinar mais, há uma campanha de vacinação importante em curso e por isso é bom que os portugueses não fiquem com dúvidas", afirmou.
Na resposta, a autoridade de saúde justificou o isolamento de Costa com o "princípio da precaução". "As pessoas vacinadas são abordadas, no que diz respeito ao isolamento e testagem, respetivamente, da mesma forma que as pessoas não vacinadas", esclareceu a DGS, acrescentando que a matéria se encontra presentemente em discussão, pelo que "poderá ser atualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação epidemiológica assim o suportar".
Tendo agora testado novamente negativo, o primeiro-ministro tem 'cartão verde' para retomar a sua atividade presencial. Na agenda desta segunda-feira, António Costa tem, durante a manhã, a cerimónia de Assinatura do Protocolo de Cooperação para o MLS Loures/Odivelas, e à tarde, o balanço da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
"Mesmo vacinados temos de continuar a cumprir as instruções das autoridades de saúde", declarou esta manhã António Costa, no regresso aos compromissos presenciais, em Loures, sublinhando a confiança na vacinação. Questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro disse não ter ficado feliz por ter estado mais dez dias confinado, frisando perceber a razão de ser do seu isolamento.
"As vacinas garantem proteção, mas não garantem uma proteção de 100%. Há uma pequena percentagem de pessoas que a vacina não protege e obviamente as autoridades têm de garantir este afastamento preventivamente. Podemos estar nos 97% que ficam protegidos ou estar nos 3% que não", afirmou, sublinhando que quando "não estamos protegidos é um perigo para nós mas também para os outros".
Questionado sobre se as regras da DGS foram bem explicadas para que a população as possa perceber, sem desvalorizar a vacinação, António Costa atirou: "Se acham que está mal explicado, ajudem a explicar. Quando nenhum de nós é técnico, aquilo que temos de fazer é aceitar a opinião dos técnicos. O que é que fazemos quando vamos a um médico? Muitas das prescrições são dolorosas, as pessoas não gostam".
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